Quando uma leitora do Diário da Pikitim me deixou uma mensagem na página do Facebook a pedir roteiros e dicas para passar uma semanas de férias no Algarve com os seus dois filhos, fui sincera com ela, como não podia deixar de ser: não é destino que conheça, por isso, não posso recomendar muito.
E respondi-lhe que ia começar a resolver essa lacuna, porque ainda este ano iríamos ter um cherinho do Algarve. E assim foi. Graças à Silvia Viegas, que conhecia de ler os comentários que me deixava no blogue e no Facebook, e que simpaticamente se ofereceu para nos mostrar um pouquinho dos argumentos que se impõem mais a sul.
Estivemos poucos dias em São Brás de Alportel. Na verdade, só estivemos duas noites. Porque ainda não foi desta que dispensamos o Alentejo, e, enfim, o raio do calendário não tem maneiras de esticar. Mas a Silvia Viegas já não é só uma amiga “virtual”. Agora que a conhecemos, temos ainda mais a certeza de que havemos de voltar.
Cá em casa, sempre que pensamos num refúgio de verão vamos bater à Costa Vicentina, e na Zambujeira do Mar, destino que começamos a frequentar quando ainda não havia festivais de verão. Agora, raramente ficamos na Zambujeira, e temos ficado um pouquito mais a sul, na praia do Carvalhal. Temos saudades do bar de praia que por lá havia – não me lembro do nome!– e que rivalizava com o Fresco, quando o Fresco ainda estava mesmo em cima da praia da Zambujeira.
Este ano fomos outra vez, e de novo, para a Costa Vicentina. Temos o Trilho dos Pescadores debaixo de olho, e este ano só fomos espreitar: uns metros do trilho da Zambujeira a Odeceixe, e uma parte do Circuito da Amoreira, que nos levou à bonita praia da Carriagem. A praia mais bonita de Portugal, como diz o pai da Pikitim.
Mas chega de Alentejo. Vou falar do Algarve, e do fantástico aperitivo que nos proporcionou a Sílvia Viegas. Foi logo ao jantar, com mais amigos e familiares, que vimos as primeiras imagens do “paraíso”. “O meu paraíso”, como baptizou um abundante álbum de fotos no Ipad a cunhada de Sílvia. Pelo que víamos nas fotografias, não dava para duvidar.
A Culatra é uma das ilhas mais remotas do Parque Natural da Ria Formosa, mas perfeitamente acessível a partir da marina de Olhão. Para desembarcar mesmo na pontinha da Culatra, com a Armona (a outra ilha) ali pertinho do campo de visão, a melhor hipótese é apanhar um barco-taxi: a corrida sai a um mínimo de 25€, um valor que pode ser aceitável consoante o número de passageiros. Nós só éramos cinco, saiu a cinco euros cada um.
Quem não tiver essa possibilidade, pode apanhar o barco carreira desde a marina de Olhão até ao porto de Armona, por 1,80€ por pessoa. Mas, para chegarem à pontinha da Armona – bem defronte àquela, na Culatra, em que assentamos arraiais – terão de fazer a pé um percurso de três quilómetros. Os horários das carreiras estão sujeitos a sazonalidade e podem ser consultados online.
A Pikitim aproveitou à grande a água tépida e cristalina – já tínhamos saudades destas temperaturas, mal habituados que ficamos pelas incursões às Filipinas, ou ainda às mais remotas Fiji e Samoa. Não tem a mesma riqueza marinha, é claro, mas a Pikitim nem se lembrou disso. Na noite anterior tinha experimentado as conquilhas, e gostou no aperitivo.
Quando aprendeu a apanhá-las (basta levantar ligeiramente a areia junto à rebentação das ondas), não quis outra coisa.
Depois de um belo piquenique (não há nada vezes nada para comprar naquela zona; só podemos comer e beber aquilo que conseguirmos levar) e de muitos mergulhos, preparamo-nos para nova patuscada de conquilhas.
Dizem que é muito fácil de preparar. Mas eu ainda não experimentei. Só as colhi. E comi. Quem quiser partilhar a receita, está mais do que à vontade.
Um outra dica na região, a caminho de S.Brás de Alportel, onde nos alojamos, e que vale a pena espreitar: o palácio Rococó que se converteu na Pousada de Estói, e as ruínas romanas de Milreu.
Silvia Viegas diz
Obrigada Luisa Pinto! Adorei ler a crónica e fico muito feliz que tenham gostado do pouco que houve tempo para mostrar! Segue a receita das conquilhas.
Conquilhas à algarvia:
numa caçarola aquecer o azeite com os alhos laminados, colocar as conquilhas e os coentros e tapar. Mexer uma ou outra vez e assim que as conquilhas estiverem abertas é só servir. Eu gosto de as temperar com bastante sumo de limão! É assim que se fazem cá em casa! Bom proveito!
Ercília Calisto diz
Olá Luísa,
Pelos vistos andámos a fazer um roteiro muito parecido entre a Vicentina e a Culatra, mas nós de westfalia.
Quase todos os anos passamos uns dias na costa vicentina, pois para além da sua beleza natural, ainda se pode estar numa praia quase deserta se ter de pedir licença ao vizinho do lado para quase tudo! Uma dica importante para a praia da Murração – não levem carro até junto da praia se este não tiver tracção atrás! Vimos muitos condutores em maus lençois para conseguirem fazer a 1ª subida à saída da praia, pois o piso de terra batida está em muito mau estado. No próximo ano tentarei com certeza fazer alguma parte do Trilho dos Pescadores!
Para a ilha da Culatra ( para mim o paraíso – com poucas pessoas e água quentinha! ) fomos de barco-táxi porque perdemos o barco de carreira por 5 minutos… e de volta no último barco carreira, a Laura “deu” a chucha a um peixinho bébé porque a deixou cair no mar.
Para miúdos e graúdos recomendo o Zoomarine – http://www.zoomarine.com – onde passámos um belo dia. Gostámos bastante dos espectáculos! Para quem tiver paciência para pedir licença ao vizinho do lado para estender a toalha e usufruir das piscinas (pelo menos em Agosto), compensa comprar o bilhete de 2 dias ( 1 dia – 28,00 €/ 2 dias – 33 €. Crianças até 1m não pagam.)
Boas viagens!
Luísa Pinto diz
Agua muito quentinha, Ercília!! É que soube mesmo bem!
Um grande beijinho e obrigada pelas dicas!
Luísa
Mariana Pessoa diz
Olá Luísa, vejam se acham interessante o guia que preparámos sobre o Algarve: http://www.pumpkin.pt/fora-de-casa/roteiros-e-passeios/actividades-para-familias-e-criancas-no-algarve
Fizemos este ano uma volta ao Algarve em 3 dias em Junho, gostámos muito 🙂
Inês Rodrigues diz
Boa tarde, para se preparar as conquilhas (ou cadelinhas) usa-se uma frigideira com azeite e alho (antes disso as conquilhas deverão estar em água), depois espere que elas abram todas e põe salsa é só comer.