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Minhoquinhas que brilham, ou como a Natureza também se engana

12.Jul.2012 By Luísa Pinto Deixe um comentário

Ver bichinhos a brilhar no escuro é um momento mágico para qualquer criança. A Pikitim já tinha visto dois pirilampos, quando era mais pequenina, mas disse que não se lembrava. Quando um desses bichinhos luminosos conseguiu entrar para dentro do seu mosquiteiro (que estava, obviamente, mal fechado) na cama em Ubud, Bali, a Pikitim achou que estava a vê-los pela primeira vez, tal o entusiasmo com que reparou nele. Atirá-lo para fora da sua cama estava fora de questão. Dizia que era a luz mais bonita que podia haver no quarto, e pedia-nos para deixar que o pirilampo ficasse por ali – como que a velar-lhe o sono e a iluminar-lhe os sonhos.

O pirilampo foi-se embora quando quis (e não demorou muito), mas a verdade é que a Pikitim não se esqueceu dele – e quando lhe contamos que na Nova Zelândia havia vários sítios com glow worms, e os descrevemos como lagartinhas brilhantes, a primeira pergunta que fez foi se eram fofinhas como os pirilampos, e se podia ir vê-las de imediato.

Fofinhas, não serão. E também não poderia ser “de imediato”, que era preciso comprar bilhete, esperar umas horas, para apanhar um ferry ao fim do dia para atravessar o lago de Te Anau – estávamos, então, nesta pequena cidade na ilha sul, uma espécie de paragem obrigatória para quem, como nós, pretendia visitar a Fiordland.

Apesar de não ser uma experiência barata – era a pagar, e havia muitos outros sítios da Nova Zelândia onde, com paciência e perseverança, se poderiam encontrar glow worms de forma gratuita – acabamos por embarcar no entusiasmo demonstrado pela pequena. Resolvemos comprar bilhetes para mãe e filha – o pai desta vez não nos acompanhou – e a Pikitim automaticamente se auto-imbuiu da missão de estar atenta a tudo, para depois descrever ao pai a história dos “bichinhos que brilham”.

E foi uma história que a impressionou, a do ciclo de vida destes insetos, e compreender que eles duram pouco mais de nove meses, enquanto larvas, e que morrem mal chegam à fase adulta. “Sabes, pai, a Natureza aqui não foi muito inteligente, porque se esqueceu de fazer estômagos e bocas a estas minhoquinhas. Elas quando ficam crescidas, morrem logo à fome. Só duram três ou quatro dias, e isso não está bem”, relatou quando chegou a “casa”.

Pelo entusiasmo com que relatava a experiência ao pai, quase deixava acreditar que tinha adorado a curta expedição de pouco mais de duas horas. Os momentos em que estamos com as glow worms literalmente por cima das nossas cabeças não durarão mais de 20 minutos, mas o “pacote” inclui a incursão numa gruta ainda jovem (juventude geológica, claro) que a água continua a escavar.

A verdade é que nos 20 minutos que durou a visita às lagartinhas que brilham, a petiza esteve dividida entre o entusiasmo e a apreensão. É natural não gostar do breu (nenhuma criança gosta), mas depois da experiência do rio subterrâneo de Puerto Princesa, em Palawan, nas Filipinas, tivemos de lhe garantir que não haveria morcegos para ela se deixar convencer a entrar de novo numa gruta.

Continuou a não se sentir muito confortável na escuridão – desta vez, o barco era “estranho”, muito pequenino e quadrado, a viagem era curtíssima e, melhor ainda, ela até pode ir ao colo da mãe – mas quase esqueceu esse desconforto quando, olhando para cima, viu algo que lhe poderia parecer um longínquo céu estrelado. “Uau! Parecem mesmo estrelinhas a brilhar!”, exclamou. E, tal como gosta de procurar a estrela mais brilhante, tratou logo de ver qual seria a mais esfomeada.

Desenho da Pikitim sobre a visita à gruta das glow worms, em Te Anau
Desenho da Pikitim sobre a visita à gruta das glow worms, em Te Anau

“Sabes, pai, as minhoquinhas brilham no escuro para enganar os mosquitos e os outros bichos. Sabes, como tu me dizes para apagar a luz para não entrar mosquitos em casa, estas minhocas acendem a luz que têm no rabinho para chamar os mosquitos. Quanto mais aceso estiver o rabinho, mais fome elas têm”, explicou.

A Pikitim provou ter estado muita atenta ao filme e às explicações que são dadas aos visitantes momentos antes de entrar na gruta. Mostram o ciclo de vida destes curiosos insetos, que precisam de escuridão e de humidade para viver. “A Natureza não foi muito inteligente. Porque enquanto são lavas, estas minhoquinhas têm boca e estômago, podem comer. Mas depois de fazerem o casulo e de se transformarem em moscas já não podem comer mais nada, porque não tem boca. E acabam por morrer à fome passados poucos dias”, continuou a Pikitim.

Contou ao pai que antes de entrarmos “no barquinho quadrado”, o “menino que ia à frente de toda a gente” quis mostrar a todos a força que o rio fazia quando passava pelo meio das rochas. “Mesmo sendo tão molinha, a água vai passando, passando, e acaba por furar a pedra, que é bem mais dura”. O pai, ao ouvi-la, teve a mesma reação que eu, e relembrou-lhe o ditado português que diz que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

Mas ela ainda tinha mais novidades para contar ao pai, nomeadamente o facto de ter bebido água fresquinha que estava a cair no céu da gruta e, mais empolgante ainda, a forma como as “minhoquinhas que brilham” comiam os mosquitos e os insetos mais incautos, que era atraídos pelo “rabinho a brilhar”. “Não vais conseguir adivinhar como é que as minhoquinhas comem os bichos… com um fio de baba!”, relatava, empolgada.

Cada larva pode lançar até 70 desses fios (na verdade a baba é seda) que podem chegar a meio metro de comprimento. O pai perguntou-lhe: “Mas tu conseguias ver esses fios de baba?”. E ela lá respondeu que não. Que só conseguiu ver um, quando “o menino que ia à frente”, isto é, o guia, lhe apontou uma lanterna. “Mas ainda bem que eu não vi a lagartinha a comer os bichos. Depois lembrava-me que eles agora estavam a comer mas que depois iam morrer à fome, e ficava triste”.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Nova Zelândia

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

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