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Você está aqui: Home / Educar / Going anyway – Viajar de qualquer maneira

Going anyway – Viajar de qualquer maneira

17.Jul.2013 By Luísa Pinto 5 Comentários

Vamos fazer um teste.

Perguntem à primeira pessoa que apareça ao vosso lado, nem que seja um desconhecido, se gosta de viajar. A probabilidade de eu acertar na resposta é muito grande: essa pessoa vai responder que sim, que adora viajar.

Mas se passarmos à pergunta seguinte, por exemplo, qual será o teu próximo destino?, não me atrevo a tentar adivinhar. Diz-me a minha experiência que é mais difícil ouvirmos uma resposta rápida a uma pergunta tão concreta. E não é porque não haja destinos e planos e sonhos. É mais porque as pessoas preferem evidenciar os travões, e as razões porque não o fazem, sejam elas quais forem. Então, se estivermos a falar de alguém que tenha filhos, pior ainda. Aliás, ter filhos é um dos “travões invocados”, com muita pena minha.

Há, no entanto, muitas famílias “destravadas” a viajar pelo mundo. Mas não deve haver duas que se assemelhem ao exemplo que hoje aqui vos quero trazer. É o melhor exemplo que conheço de uma família sem travões, porque lida com condições que nos levariam a pensar serem imponentes obstáculos que impediriam qualquer um de se fazer à estrada. Eles, simplesmente, disseram não aos obstáculos.  Eles decidiriam que iriam viajar de qualquer maneira, apesar de tudo e apesar de todos. E, provocatoriamente, deram ao blog  o nome “Going Anyway”.

 

blog Going anyway

Jill é a mãe, a manda-chuva no blog. Chris é o pai, o “carregador de malas” e um “maravilhoso condutor de cadeira de rodas”. Sim, leram bem, cadeira de rodas. Sparky, a filha, agora com dez anos, nasceu com paralisia cerebral e precisa de cadeira de rodas. E precisa de um tubo para se alimentar e de uma maquineta para conseguir comunicar.

A Sparky não foi um travão para os pais viajarem. Pelo contrário, foi um incentivo. Primeiro, fizeram uma imensa road-trip, durante nove meses, à volta da Austrália. Depois, disseram não às rotinas, às hipotecas e às “vidas em círculo”, e foram viajar durante um ano no sudeste asiático.

Estes pais “inventaram” uma cadeira todo o terreno, que se transforma em assento de avião quando é preciso, e que se dobra para caber em tejadilhos de tuk-tuks e onde mais calhar. Andaram por países e cidades que poderiam ser “suspeitos” em termos de assistência médica – o que dizer da Mongólia ou das tribos das montanhas no Vietnam? – mas oito anos de convivência com as condições físicas da filha preparou-os para tudo. Ou quase, claro.

Não é só o caso da Sparky que torna estes pais um exemplo de assinalável coragem. É que eles não têm apenas uma filha. Eles andam a viajar com cinco filhos! E falta ainda dizer que um deles quase nasceu em viagem: o baby boy tem agora dois anos e “aprendeu a gatinhar em Singapura, a andar na Indonésia e a dizer cerveja na India”.

A história desta família é surpreendente. Eles explicam com detalhe porque embarcaram nesta aventura – e respondem a todas as perguntas que saltam, de imediato, como pipocas em qualquer cabeça. É impossível não ficarmos surpreendidos com tanta capacidade de ultrapassar os obstáculos e de lutar para aproveitar todos os minutos que a vida lhes dá, procurando raios de sol mesmo quando os dias parecem cinzentos.

Jill e Chris lidaram cedo com a morte. A primeira vez que Jill engravidou, teve quadrigémeos. Foi há dez anos. Um deles morreu pouco depois de nascer. Sparky nasceu com paralisia cerebral profunda. Tintin e Meena nasceram saudáveis. Depois, ainda nasceu Snowy, agora com seis anos. E por fim, o Baby Boy.

Quando voltar a ouvir falar da impossibilidade de viajar com as crianças porque, por exemplo, “o meu filho não gosta de comida estranha”, ou “porque são muito pequeninos”, ou, vá lá, “porque têm necessidades especiais”, vou sempre lembrar-me desta família. Vou lembrar-me deste incrível vídeo que mostra como um cadeira de rodas pode ser um veículo todo o terreno. E, se calhar, vou invocar esta conclusão, também ela surpreendente: o acto de viajar é muito parecido ao facto de nos permitirmos a ser um bebé.

Eu, confesso, acho que não teria tanta coragem.

Mas admiro a destes pais. Que se permitiram a ir. De qualquer maneira.

going anyway

Arquivado em:Educar

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. adriana diz

    18.Jul.2013 em 07:03

    bem….quando penso em viajar com filhos seja em que idades for penso em vamos já! mas de facto assim não sei se teria essa coragem!….

    Responder
  2. Inês Saraiva diz

    31.Jul.2013 em 14:15

    Olá Luisa,
    parabéns pelo blog que vou lendo e ficando encantada 😉
    Hoje fiquei-me por este post pelo qual, confesso, me apaixonei!! É impossível não sentir uma admiração ENORME por estes Pais, por esta Família.. É FANTÁSTICO! Vou com certeza lembrar-me deste exemplo quando viajarmos com a nossa filha e me surgirem questões tão “triviais” … BEM HAJAM!
    “Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.” – Pablo Picasso

    Responder
  3. Fiona Nunes diz

    17.Jan.2014 em 06:29

    O que eu sempre me pergunto é: como fazem para trabalhar, ou seja, ganharem dinheiro enquanto viajam durante tantos meses?? Bem haja a esta capacidade de ultrapassar tantos desafios!!!! Esta família é realmente incível!!!! Parabéns pelo bolg Luísa e pela partilha de experiências. É um verdadeiro prazer acompanhar as suas viagens e ler os seus textos há tanto tempo!!!!! Felicidades 🙂

    Responder
    • Luísa Pinto diz

      17.Jan.2014 em 10:45

      Olá Fiona,
      Obrigada pelas suas simpaticas palavras!
      Sobre a sua pergunta, não posso responder por toda a gente. Li, no blog desta família, que eles optaram por vender a casa e os pertences para se permitirem viajar. Com esse pé de meia, e escolhendo países onde o custo de vida não é elevado é possível viver bem durante largos meses- sobretudo para os parâmetros australianos, de onde eles são.Mas mesmo para os parâmetros europeus. É uma questão de prioridades. Há famílias que não acham demasiado pagar 20 mil euros por um automóvel. Há outras que preferem usam essa verba por viajar por longo termo.
      O ideal, como é obvio, é conseguir ter rendimentos durante a viagem. Dê uma espreitada a este post do Filipe, onde encontra algumas dicas: http://www.fmgomes.com/trabalhar-pela-internet-mudar-de-vida/.
      Só uma achega final: viajar a longo termo é muito mais barato do que porventura pensa. Não deve, de nenhum modo, fazer analogia com o orçamento que dispende, por exemplo, numa estadia de uma semana num resort de férias, mesmo naquelas soluções que parecem muito baratas e que têm tudo incluído no preço.

      Responder
  4. Fiona Nunes diz

    17.Jan.2014 em 20:22

    Obrigada pela resposta e pelas dicas Luísa!! Adorei o texto do Filipe, e quando dei conta já tinha lido mais uns 4 ou 5 textos cheios de ideias e histórias fascinates!! Desejo-vos boas viagens e que continuem a escrever as vossas aventuras para vos poder acompanhar 🙂

    Responder

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