• Contactos

Diário da Pikitim

Viajar com crianças

  • Início
  • Viajar
  • Educar
  • Famílias Vagamundos
  • Volta ao Mundo
    • O projeto
      • Itinerário
      • Clipping
    • Fotos
      • Singapura
      • Tailândia
        • Koh Yao Yai
        • Railay
        • Koh Jum
        • Koh Lanta
        • Koh Muk
      • Malásia
        • Langkawi
      • Filipinas
        • Manila
        • Puerto Princesa, Palawan
        • El Nido, Palawan
      • Indonésia
        • Java
      • Desenhos da Pikitim
    • Vídeo
    • Diário
Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / Explorando os templos de Prambanan e Borobudur

Explorando os templos de Prambanan e Borobudur

19.Abr.2012 By Luísa Pinto 1 comentário

É como se as pedras se transformassem em folhas de papel e, qual banda desenhada – ou livro ilustrado –, são as paredes dos templos construídos há mais de uma mil anos que contam histórias. Assim como ouve com atenção as fábulas e contos  infantis (e adora aquelas que no final dizem “e a moral da historia é…” ), a  Pikitim deixou-se enredar nas complexas histórias contadas pelas paredes dos templos hindus de Prambanan, a poucos quilómetros de Yogyakarta, e nos relevos do templo budista de Borobudur.

Como qualquer criança, a Pikitim adora que lhe contem histórias. Quando tem apenas um ou dois livros de determinada coleção, pede que lhe procurem na Internet (pois, é de outra geração) as historias que lhe faltam – os últimos pedidos foram “Os duendes sapateiros” e “Corre, corre cabacinha”. Pede histórias contadas até à exaustão e sabe-as de cor – se lhe estamos a ler um livro, repara quando uma palavra é modificada ou é alterada uma formulação frásica. “Agora estás a inventar, não é isso que diz no livro”, apressa-se a corrigir, mesmo ainda não sabendo ler para o confirmar.

Vista dos templos hindu de Prambanan
Vista dos templos hindu de Prambanan

Esta atenção ao detalhe que lhe é característica e o gosto de ver coisas novas dava-nos esperança de que se haveria de divertir a visitar os templos. Não nos enganámos. Se a saga Indiana Jones já fosse do seu conhecimento, haveríamos de sugerir que era nesses ambientes que ela se sentia bem. A personagem Dora, a Exploradora até poderia parecer a mais indicada, mas não havia aqui grandes desafios a ultrapassar, apenas muito inglês para aprender.

Ambos classificados Património da Humanidade pela UNESCO, os templos de Prambanan e Borobudur são muito diferentes entre si, não só pela vocação religiosa que os fez surgir (os primeiros são hindus, o segundo é budista), mas também pela forma arquitetónica como essa vocação se expressa.

Visitamos os templos de Prambanan acompanhados por um trio de estagiárias que pretendiam qualificar-se para guias turísticas e se ofereceram para acompanhar a nossa visita. Foram elas que nos chamaram a atenção, logo na entrada, para um amontoado de pedras onde se podia perceber a forma como cada uma das peças se encaixava. O alto relevo numa pedra, e o baixo relevo na outra  permitiu à Pikitim perceber rapidamente o processo. “Encaixam como Legos!”, exclamou. E é mesmo isso.

A “árvore da vida” esculpida num dos templos de Prambanan
A “árvore da vida” esculpida num dos templos de Prambanan

Se se deixou impressionar pela “tecnologia” que permitiu construir todo aquele empreendimento, mais impressionada ficou ao reparar que havia “desenhos nas paredes” das dezenas de templos que compõem o complexo de Prambanan. Foi logo à entrada do templo dedicado a Shiva, o mais importante e interessante do triunvirato de templos, tal como manda a mitologia hindu, que a Pikitim reparou na “árvore da vida” rodeada por dois leões. A partir daí, dedicou-se a procurá-la em todos as paredes e templos, tanto nos edifícios do trimurti de Shiva, Brahma e Vishnu como nos muitos templos secundários que os circundam. E quando chegou a casa, tratou de desenhá-la no seu diário gráfico.

Nos templos de Borobudur, uns dias depois, já se deixou encantar pelas histórias que as paredes contavam, e deu uma atenção especial à história da rainha Maia e do seu filho Siddharta. Ouviu a história contada por estudantes de turismo que acompanharam a nossa visita (o preço a pagar, aqui, como em Prambanan, foi escrever um pequeno relatório a indicar se tínhamos gostado ou não da visita), e depois quis repeti-la ao pai. Tal como faz com os livros.

A Pikitim adorou Borobudur
A Pikitim adorou Borobudur

Faltou muito para que a Pikitim percebesse a história de Siddharta, o bebé que agora todos conhecem e reverenciam como Buda, pela sua capacidade de ter atingido o Nirvana. Nós íamos  explicando o melhor possível, ou melhor, traduzindo aquilo que ouvíamos das candidatas a guias. Por exemplo, que nos  sete primeiros níveis dos templos (o edifício tem dez) as stupas têm losangos a decorá-las, e que nos três últimos as figuras passam a quadrados, porque está mais próximo do Nirvana, da perfeição. Apontando para as stupas, dava para a Pikitim perceber. E, sendo difícil explicar o que é a meditação e a busca pelo paraíso, os cerca de 1.500 painéis figurativos que revestem o templo de Borobudur passaram a resumir a história da rainha Maia e do seu filho Siddharta.

Quais páginas ilustradas, os relevos ajudam a contar a história da rainha Maia que queria muito ter filhos, mas não conseguia. Até que um dia sonhou que tinha um elefante branco na barriga, e contou ao rei que sentia que algo ia acontecer. “Afinal, estava grávida mesmo”, resumia ela ao pai, que se tinha afastado para fotografar. E continuava, a puxar o pai pela mão, para olhar para as figuras e lhe continuar a contar a história. “Aqui é a rainha Maia a fazer uma grande viagem, a caminho da casa da sua mãe porque ela queria ter lá o seu bebé. E ali [o relevo seguinte] é já o bebé a nascer, porque afinal ele nasceu no meio do caminho”.

As vistas são fantásticas do topo de Borobudur
As vistas são fantásticas do topo de Borobudur

Estávamos no terceiro nível e, à medida que íamos subindo no templo, a Pikitim começou a perder o interesse nos altos-relevos. Não só eles já não contavam a história da rainha Maia, mas antes sobre outros conceitos do budismo como o karma, mas também porque um grupo de budistas estava a subir o templo em oração. Ouvi-los a cantar (“O que é que eles estão a dizer?”, repetia, curiosa) tornou-se irresistivelmente mais apelativo do que as paredes do templo. E foi lá em cima, onde está figurada a chegada ao Nirvana e à perfeição, que a Pikitim se deliciou a apreciar a paisagem envolvente. “Já repararam que aquelas montanhas parecem uma senhora deitada? Está ali a cabeça, ali os ombros e as maminhas, e depois as pernas”, dizia a pequena. As nossas guias explicaram que era a “antiga guardiã do templo”. Está visto, a idade não interessa – crianças e adultos, todos podem imaginar histórias de encantar sem ser nos livros infantis.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Indonésia

Planeie as suas viagens com crianças

Voos baratos
Procurar hotéis
Seguro de viagem


Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. sandra diz

    19.Abr.2012 em 08:00

    Encantei-me 🙂
    Permita-me dizer (mais uma vez) que adoro a perspicácia da Pikitim e as suas observações mas a forma como a Luísa escreve transporta-me ainda mais para outros mundos. Nunca consigo ficar aqui quando a leio, vejo-me sempre a ser transportada para os locais, a viver os momentos, a ouvir e saborear as palavras da Pikitim – imagino a voz de criança.

    Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Olá, sou a Luísa

Luísa Pinto durante uma viagem em famíliaSou mãe, jornalista, viajante e a autora deste blog. Conheça-nos

Últimos posts

  • Uma coroa de margaridas, e uma linda mensagem anti-bullying
  • Yes we can
  • Famílias VagaMundos #24: Catarina Freitas e tripulantes do El Caracol
  • E este ano lá vamos nós ao Andanças
  • Diário de viagem #22: Os Golfinhos de Monkey Mia

Últimos comentários

  • Inês Rodrigues em Apanhar conquilhas na Culatra
  • Rui Ribeiro em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • Rui Ribeiro em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • macwintech em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • silva em Andorra com crianças: as dicas de Isabel Sofia Silva

Onde dormir bem

Na Hotelandia estão a melhores recomendações em Portugal. No Booking encontram soluções para qualquer parte do mundo.

Hotelandia

Os nossos sites de viagens

  • Alma de Viajante
  • Hotelandia
  • Rostos da Aldeia

Sobre nós

Gostamos de viajar. De brincar ao ar livre. De ter tempo de qualidade em família. De dormir em casinhas nas árvores. De percorrer países em casas com rodas. De viajar de avião. De andar de comboio. De conhecer pessoas novas. De ter amigos de culturas diferentes. De não gastar muito dinheiro.

Sobre · Contactos

Vale a pena ler

  • Saúde em Viagem
  • Dicas para evitar o jet-lag
  • Viajar de avião com crianças
  • 5 Erros a evitar no planeamento
  • 10 dicas para uma mochila mais leve
  • Como tornar uma viagem mais barata
  • Bilhetes de Volta ao Mundo: comprar ou não

Redes Sociais

O Diário da Pikitim está presente nas principais redes sociais. Acompanhe-nos no Facebook e no twitter, e viaje nas fotos que deixamos no Instagram e nos boards do Pinterest .

  • Bloglovin
  • Facebook
  • Instagram
  • Pinterest
  • Twitter
Copyright © 2021 · Diário da Pikitim - viajar com crianças · Todos os direitos reservados · Política de Privacidade · Contacte-me