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Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / O Nemo mora em Bacuit

O Nemo mora em Bacuit

25.Mar.2012 By Luísa Pinto 1 comentário

Estivemos em El Nido dez dias, mas choveu ininterruptamente nos primeiros quatro. A paciência da Pikitim – que não é muita – ficou completamente esgotada, e chegou mesmo a perguntar quem era o senhor com quem devíamos reclamar por causa do mau tempo. “Eu sei que é importante chover, que é bom para as plantas e para a natureza. Chover um dia, está bem, chover todos os dias, não. Não é justo!”, exclamou.

A impaciência da Pikitim tinha uma explicação. Estávamos alojados numa pousada em pleno areal em frente à baía de El Nido, a porta de entrada no maravilhoso arquipélago Bacuit. Vista da nossa varanda de madeira, a paisagem era deslumbrante e as ilhas estavam a um pequeno barco de distância. Tínhamos contado à Pikitim que queríamos fazer passeios de barco para conhecer muitas das ilhas ao largo de El Nido; que nessas ilhas havia praias muito bonitas onde era possível dar mergulhos muito bons e quem sabe até ver tartarugas. Com apelos deste gabarito – ainda para mais para uma criança que adora água -, ficar retida numa varanda a ver chover era quase uma tortura.

Relax total numa praia ao lado da gruta conhecida como Cudnugon
Relax total numa praia ao lado da gruta conhecida como Cudnugon

Com tanto tempo para matar, houve tempo para incontáveis jogos de cartas, desenhos e trabalhos manuais, habituais queimadores de tempo que normalmente usamos durante as deslocações mais longas . E foi nesses dias que a Pikitim inventou um jogo novo: improvisar letras de músicas, a partir de ritmos acabados de criar. E esse novo “passatempo” haveria de dar frutos nos dias seguintes.

Se, na varanda de El Nido, as letras das músicas andavam à volta da volta ao mundo (“Venham ver, o Diário da Pikitim, uma viagem divertida, para acompanhar até ao fim…”; “é uma viagem de um ano, da Inês com os pais, para descobrir o mundo, viver aventuras e muitas coisas mais”), quando finalmente entrámos num barco e chegámos à Snake Island as letras improvisadas começaram, subitamente, a mudar de tema.

Pausa para almoço na Snake Island, arquipélago Bacuit
Pausa para almoço na Snake Island, arquipélago Bacuit

A Snake Island possui uma finíssima língua de areia que se deixa desenhar pelos caprichos das marés, unindo duas pequenas ilhas de vegetação luxuriante. Enquanto Darwin, o “capitão” do nosso barco, preparava peixe grelhado e cortava ananás e melancia aos pedaços para aquilo que seria um almoço simples mas delicioso, a Pikitim enfiou-se dentro da água cristalina e transparente, olhou  à volta e começou a improvisar: “Que lugar incrível! Este é um lugar incrível!”, repetia, ininterruptamente, procurando ritmos e melodias que melhor se adaptassem à frase. Dizia que aquela era a melhor “piscina” em que já tinha estado

E, de facto, o lugar era mesmo incrivelmente belo e fotogénico.  Já havíamos ficado rendidos à praia Las Cabanas, bem perto de El Nido, na ilha “principal” de Palawan, mas depois de ver as praias de ilhéus como Cudnugon ou Pinagbuyutan o difícil passou a ser eleger as melhores, tal a fotogenia dos areais recortados por rochedos e fileiras de palmeiras, e uma fauna subaquática surpreendentemente farta e vistosa a pouquíssimos metros do areal.

Fim de tarde na ilha Pinagbuyutan
Fim de tarde na ilha Pinagbuyutanz

Foi precisamente os peixes coloridos que mais cativaram a Pikitim e, por isso, a ilha Pinagbuyutan ficará para sempre registada na sua memória. Saímos os três, de mão dada, passando cuidadosamente sobre os primeiros metros de areal e corais mortos. A partir daí foi nadar até à exaustão, mesmo quando a Pikitim ainda tinha pé (ela já aprendeu que os corais não são pedras e que não podem ser pisados, senão podem morrer). Foi um “mergulho” de quase meia hora, com a Pikitim excitada e absolutamente deslumbrada com a variedade de peixes que lhe passavam diante dos olhos.

Deixámo-nos levar pela fraca corrente até uma zona em que uma parede se afunda no oceano e uma imensidão de azul tomou conta dos nossos olhos. Com o seu snorkel e máscara na face, a Pikitim nadou para cada vez mais longe, embrenhando-se no azul infinito rodeada de pequenas criaturas coloridas. Não a chamáramos de volta e teria continuado a perseguir peixes azul afora.

Praia ao lado da chamada "Lagoa Secreta"
Praia ao lado da chamada “Lagoa Secreta”

A Pikitim já teve tempo de aprender um pouco da linguagem básica dos mergulhadores. Quando interpelada debaixo de água sobre se estava bem, a resposta era sempre a mesma – o polegar e o indicador unidos num círculo, com os restantes três dedos em riste: “OK”. Estava visivelmente feliz.

Regressámos aos corais vivos a mais baixa profundidade, onde havia corais de todas as formas, peixes de todas as cores e tamanhos e curiosíssimas formas de vida em miniatura. Às tantas, vimos a Pikitim subir à tona e tirar instantaneamente a máscara da cara. Quando subimos também para perceber o que se tinha passado, já ela gritava a plenos pulmões, excitadíssima: “Pai, pai, encontrei o Nemo! Viste?”. E lá estavam dois peixes-palhaço adultos, protegendo as suas crias escondidas numa anémona-do-mar. Foi a conclusão perfeita para um de muitos dias deslumbrantes passados a navegar nas águas calmas do arquipélago Bacuit. É fácil adivinhar a banda sonora que corria nas nossas cabeças.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Filipinas

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. sandra diz

    17.Abr.2012 em 09:01

    Delicioso :):)

    Responder

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