• Contactos

Diário da Pikitim

Viajar com crianças

  • Início
  • Viajar
  • Educar
  • Famílias Vagamundos
  • Volta ao Mundo
    • O projeto
      • Itinerário
      • Clipping
    • Fotos
      • Singapura
      • Tailândia
        • Koh Yao Yai
        • Railay
        • Koh Jum
        • Koh Lanta
        • Koh Muk
      • Malásia
        • Langkawi
      • Filipinas
        • Manila
        • Puerto Princesa, Palawan
        • El Nido, Palawan
      • Indonésia
        • Java
      • Desenhos da Pikitim
    • Vídeo
    • Diário
Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / Em Las Vegas “são mesmo tolos”

Em Las Vegas “são mesmo tolos”

13.Nov.2012 By Luísa Pinto Deixe um comentário

Não foi fácil convencer a Pikitim que a cidade para onde nos dirigíamos tinha sido construída do nada. Que era agora uma cidade gigante, com muitos prédios, luzes e cores onde antes era um deserto, no meio de um vale com pouca vegetação e rodeado por montanhas secas. E que iríamos ver aparecer essa cidade depois de atravessarmos uma estrada muito “comprida” em que também se veria muito pouco – uma forma de a preparar para os cerca de 400 quilómetros que tínhamos pela frente. “Se lá tem uma cidade, já não é um deserto. O que é que lá vamos ver?”, questionou.

A conversa surgiu quando ainda estávamos no lado norte do Parque Nacional Grand Canyon, deslumbrados com a magnitude da paisagem defronte dos nossos olhos. Depois da beleza natural dos parques Yosemite e Zion, éramos surpreendidos por uma grandiosidade que não conhece limites. O Grand Canyon é simplesmente avassalador. E a Pikitim estava incrédula: “Não me estás a dizer que isto é uma fenda na casquinha da terra, pois não? Se houve aqui um terramoto e fez um buraco deste tamanho, deve ter sido assustador!”, disse, após ouvir atentamente as explicações inscritas numa placa informativa, e que referiam que ainda hoje é possível sentir a terra tremer ligeiramente.

Hotel Treasure Island
Piratas à solta no Hotel Treasure Island

Estávamos no Bright Angel Point, um miradouro que nos pede um pequeníssimo esforço para percorrer um trilho cimentado para nos devolver uma visão comovente de um “caminho” desenhado entre paredes imperturbáveis de pedra avermelhada com quase um quilómetro de altura. Paredes “com risquinhos”, como se fossem panquecas, umas em cima das outras, com tonalidades que percorrem toda a paleta de cores quentes.

 Ao fim de algumas horas a explorar o Grand Canyon, decidimos sair daquele lugar “espetacular” – palavras da miúda – rumo a Las Vegas. Esperávamos uma completa mudança de atmosfera. “Eu tenho um bocado de medo de sentir a terra a tremer aqui. Para onde vamos, na tal cidade no meio do deserto, não há fendas gigantes nem tremores de terra, pois não?”, perguntou a Pikitim.

Chegamos a Las Vegas já muito ao fim da tarde, naquele período do dia em que as cores do crepúsculo já estão a empalidecer e as luzes dos néons começam a brilhar. Mas a luz que mais chamou a atenção da Pikitim foi a de uma “caneta gigante” que rasgava o céu. A petiza lembrava-se da “caneta” com que os astrónomos do Observatório do Monte John (no Lago Tekapo, Nova Zelândia) nos ajudaram a identificar alguns astros, mas aquela “caneta” tinha uma “grossura” fora do habitual. Quando lhe explicamos que a luz saía do topo de uma pirâmide do sumptuoso hotel Luxor, ela lembrou-se da conversa da manhã. “Há pirâmides?! E aqui também há camelos? Mas, como é que uma cidade como esta pode ser um deserto?”, interrogou-se.

Na verdade, a ascensão da “cidade do pecado” é meteórica. Há menos de 100 anos, não havia nada de nada. Hoje, Vegas é uma cidade jovem, cujos habitantes têm em média 35 anos, e cuja população está há mais de uma década a crescer a 20 por cento ao ano. “É estranho, mas nesta cidade as atracções, os restaurantes, os museus, as salas de espectáculos estão quase sempre dentro dos hotéis”, avisamos a Pikitim. E, pior, não se consegue chegar a lado algum no interior de um hotel sem passar pelas salas de máquinas dos casinos.

Venezian Hotel Las Vegas
Vista exterior do Venezian Hotel em Las Vegas, com direito a gôndolas e tudo

“Mas porque é que não fazem máquinas para as crianças também jogarem?”, reagiu indignada quando lhe explicamos que não podíamos ficar muito tempo naqueles corredores. “Mas estas máquinas não têm muitos botões. É como a Nintendo, eu devo conseguir aprender”, insistiu. Mas os jogos são com dinheiro a sério. Ela tentou de novo, mudando os argumentos: “Porque não metem vocês uma moedinha? Assim eu ficava a ver”. Acabou por desistir, contrariada. “Os parques da Disney são para crianças, mas os adultos também se podem divertir. Aqui é só para adultos e as crianças não podem fazer nada. Não tem piada nenhuma”, reclamou. Mas haveria de mudar de ideias.

Quando se esqueceu da proibição de experimentar as máquinas, e se convenceu de que aqueles jogos para “ganhar” peluches ou outro tipo de brinquedos até poderiam parecer muito fáceis mas dificilmente davam direito a prémios, soube aproveitar melhor as “curiosidades” de alguns dos hotéis em que entramos. No Bellagio, por exemplo, reconheceu a “árvore da sabedoria”, uma personagem do livro A pequena Estrela, que a acompanhou na viagem. No Circus, Circus gostou muito das acrobacias de uma ginasta equilibrando-se e contorcendo-se numa rede nas alturas. No Treasure Island, espantou-se com o espectáculo Mystère do magnífico Cirque du Soleil (o único evento em que pagamos para entrar) e com um assalto de piratas a um “barco de meninas”, uma produção diária, no exterior do hotel, para atrair clientes e jogadores. E no exterior do Mirage quis esperar para ver um “vulcão” para concluir que aquela animação não era “nada de especial”. “Um vulcão a sério não é assim”, recordou, lembrando-se do que viu, ao longe, em Vanuatu.

Na verdade, muitos dos hotéis de Las Vegas são temáticos, fingem ser “qualquer coisa” ou evocam uma localização diferente. Uns simulam as cidade de Roma, Veneza, Nova Iorque ou Paris. Outros fingem ser “coisas” como um castelo ou  uma pirâmide. E outros ainda, não simulando nada, não escapam no entanto à imaginação infantil. É o caso do luxuoso Encore, do magnata Steve Wynn (um dos responsáveis por Las Vegas ser aquilo que é hoje). Para a Pikitim, os dois prédios dourados que compõem o resort eram, evidentemente e sem margem para dúvidas, dois guardanapos. “Nesta cidade são mesmo tolos, não são?”, perguntou.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:EUA, Las Vegas, Parques Naturais

Planeie as suas viagens com crianças

Voos baratos
Procurar hotéis
Seguro de viagem


Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Olá, sou a Luísa

Luísa Pinto durante uma viagem em famíliaSou mãe, jornalista, viajante e a autora deste blog. Conheça-nos

Últimos posts

  • Uma coroa de margaridas, e uma linda mensagem anti-bullying
  • Yes we can
  • Famílias VagaMundos #24: Catarina Freitas e tripulantes do El Caracol
  • E este ano lá vamos nós ao Andanças
  • Diário de viagem #22: Os Golfinhos de Monkey Mia

Últimos comentários

  • Inês Rodrigues em Apanhar conquilhas na Culatra
  • Rui Ribeiro em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • Rui Ribeiro em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • macwintech em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • silva em Andorra com crianças: as dicas de Isabel Sofia Silva

Onde dormir bem

Na Hotelandia estão a melhores recomendações em Portugal. No Booking encontram soluções para qualquer parte do mundo.

Hotelandia

Os nossos sites de viagens

  • Alma de Viajante
  • Hotelandia
  • Rostos da Aldeia

Sobre nós

Gostamos de viajar. De brincar ao ar livre. De ter tempo de qualidade em família. De dormir em casinhas nas árvores. De percorrer países em casas com rodas. De viajar de avião. De andar de comboio. De conhecer pessoas novas. De ter amigos de culturas diferentes. De não gastar muito dinheiro.

Sobre · Contactos

Vale a pena ler

  • Saúde em Viagem
  • Dicas para evitar o jet-lag
  • Viajar de avião com crianças
  • 5 Erros a evitar no planeamento
  • 10 dicas para uma mochila mais leve
  • Como tornar uma viagem mais barata
  • Bilhetes de Volta ao Mundo: comprar ou não

Redes Sociais

O Diário da Pikitim está presente nas principais redes sociais. Acompanhe-nos no Facebook e no twitter, e viaje nas fotos que deixamos no Instagram e nos boards do Pinterest .

  • Bloglovin
  • Facebook
  • Instagram
  • Pinterest
  • Twitter
Copyright © 2021 · Diário da Pikitim - viajar com crianças · Todos os direitos reservados · Política de Privacidade · Contacte-me