A primavera está oficialmente instalada e duvido que desse lado já não ande toda a gente a pensar em férias e em escapadelas, ainda antes que chegue o Verão. Os feriados de Junho também podem dar uma ajuda a fazer a ginástica ao calendário a todos os que têm compromissos laborais (não digo todos os que trabalham, porque todos nós trabalhamos para alguma coisa, que mais não seja, para ser feliz!). É preciso encontrar formas de tornar mais barata uma viagem com crianças.
Aqui ficam três sugestões simples para ajudar aquelas famílias que estão a pensar meter-se num avião e fugir para longe, nem que seja por um curto espaço de tempo.
1 – Considere pesquisar voos low-cost
Não tenho nada vezes nada contra as companhias aéreas de bandeira – bem pelo contrário. Mas quando se está a pensar em emagrecer o orçamento, temos todos de abdicar de alguns serviços e mordomias. Gostamos de ser servidos, de ter direito a uma refeição, de não termos de andar a passear pela pista do aeroporto com todas as nossas malas, ou esperar que as portas abram, feitos carneirinhos em fila, muitas vezes ao sol. Mas se o nosso objectivo é deslocarmo-nos do Ponto A ao ponto B, estas fazem um serviço bem eficaz. E por isso recomendável. Ao contrário das companhias de bandeira, as low-cost não têm normalmente descontos nas tarifas de crianças, mesmo assim a soma do preço dos bilhetes é sempre vantajosa.
Se já tem um destino em mente, veja nesta listagem com todas as companhias low-cost que operam de e para Portugal em que companhia deve começar a procurar os voos. E fique atento a promoções.
A Ryanair, por exemplo, está a fazer uma campanha para celebrar o fato de já ser a companhia com maior quota de mercado no aeroporto Francisco Sá Carneiro e oferece voos a partir de 27 euros para viagens a partir do Porto para destinos como Barcelona, Madrid, Valência, Palma de Maiorca, Faro, Tenerife Sul e Grande Canária. Estas viagens deve ser efectuadas entre maio e junho, e as reservas terão de ser feitas até à meia-noite de hoje, quinta-feira 2 de Maio.
2 – Procure hostels em vez de hotéis
Muitos hotéis estão a ficar cada vez mais baratos, é certo – sobretudo os daquelas cadeias de multinacionais que vão conseguindo preços cada vez mais acessíveis. Mas continuo a achar que um bom hostels tem sempre mais personalidade do que um hotel standartizado, dos que são iguais em todo o lado. Nós estamos muito mal habituados com a qualidade dos hostels em Portugal – não será tão fácil, encontrá-los tão bonitos e bons como alguns dos que há por Lisboa e Porto, e que têm ganho menções consecutivas na imprensa internacional. Mas há excelentes relação qualidade/preço por essa Europa fora.
E se ainda está com dúvidas, porque a imagem que lhe vem à mente quando pensa em hostels e guesthouses são dormitórios e jovens mochileiros com hábitos dificilmente compatíveis com a presença de uma criança, esqueça. A maior parte dos hostels já tem quartos privados na suas ofertas e uma boa parte deles com casa de banho incluída.
Aqui ficam alguns dos sites onde costumo procurar alojamento.
– AirBnB – não são hotéis, nem hostels, são casas particulares, às vezes, até, quartos privados em casas habitadas; recorremos muito a este site quando viajamos nos Estados Unidos e recomendamos.
– Booking – é o mais famoso de todos, e é o que tem maior oferta. Refinando os critérios de pesquisa para dar relevância ao factor preço consegue encontrar mais facilmente alojamento a preços competitivos.
– Tripadvisor não o uso tanto para fazer reservas, mas é uma ferramenta indispensável para ver os comentários de quem já passou pelo hostel ou guesthouse que estamos a considerar.
A forma mais barata de alojamento é mesmo o Couchsurfing, que é o que nós costumamos usar sobretudo quando vamos visitar cidades europeias. Nem é, só, pela questão de preço. É mesmo pelo facto de termos companhia, e de podermos ter as dicas e sugestões, os conselhos e as opiniões de quem vive lá vive. E fomos sempre bem recebidos.
3 – Esqueça os táxi e os transfers e vá de metro ou de autocarro
Quando aterra num aeroporto de destino não vão faltar opções de transporte para o centro da cidade. Acredito que pensará que o mais fácil e cómodo será apanhar um táxi que o leve ao destino. Mas já não acredito que seja a mais barata. Avalie a possibilidade de apanhar um metro ou um autocarro. No caso de dúvidas, dirija-se ao posto de turismo que existe em todos os aeroportos. Em muitos deles vão oferecer-lhe viagens de transfers que saem para os centros da cidade. Pode ser cómodo, mas raramente são a opção mais económica. Mas cada caso é um caso. O melhor é fazer alguma pesquisa antes de aterrar. E há uma dica que funciona em todo o lado, e que está vertida no aforismo “em Roma sê romano”. Os moradores não têm sempre boleia à espera, e nem por isso apanham transfers ou taxis. Pergunte-lhes, e faça como eles. Veja qual é o metro ou o autocarro que lhe serve.
E boa viagem! As suas crianças vão adorar.
Ana Pedrosa diz
A essas – excelentes – dicas, acrescentaria: Esqueça os restaurantes tradicionais e escolha refeições mais económicas. Que nem sequer têm de ser as das habituais cadeias de fast-food. Na Europa não faltam opções, desde os cachorros quentes vendidos nas rua (os miúdos adoram), aos wraps e kebabs, pizas que dão para toda a família, ou sandes bem recheadas vendidas em cafeterias. Poupando no alojamento, as refeições podem consumir boa parte do orçamento, pelo que por aí também se pode poupar muito dinheiro.