Sabíamos de antemão que a Mãe Natureza havia sido generosa nesse país-arquipélago, localizado nos antípodas de Portugal. A Pikitim estava com o entusiasmo de sempre: a vontade de conhecer um novo país, sabendo, agora, que se ia despedir do calor e ter de andar vestida com roupa bem mais quentinha. Nós, os pais, tínhamos as expectativas bem mais elevadas. Levávamos as imagens do Senhor dos Anéis na cabeça, e os relatos emocionados de todos os conhecidos que já tinham experimentado o “privilégio” de ter postos os pés e o olhar na Nova Zelândia. Mas, lá chegados, foi sempre surpreendente. Superou sempre as expectativas. Os olhos não se cansaram da beleza, mas a sua generosidade e abundância deixaram-nos mal habituados.
A Pikitim andava deslumbrada. E do alto da sua sabedoria de cinco anos, já sabia dizer que aquele era o país onde se podia dizer que a natureza era mesmo muito inteligente, porque fazia coisas tão bonitas. Montanhas, cascatas, florestas, rios de gelo, árvores-menina.
“Aqui é um dos passeios na floresta. Aqui não era o passeio do rio do gelo. Era aquele das árvores, que tinha uma cascata, e que dava para um lago. O desenho está um bocadinho trapalhão. Mas eu não consigo fazer coisas tão bonitas como a natureza”, dizia a Pikitim, numa frase que registei no caderninho onde guardei as suas “pérolas”.
Sobre este passeio em particular, junto ao lago Matheson, na terra dos Glaciares, leia a crónica que publicamos na Fugas – “O Rio de Gelo na terra das árvores-menina” – e veja também o vídeo onde a Pikitim ensaiou o sua explicação para a formação do glaciar Fox.
Deixe um comentário