A Catarina Beato é uma princesa. Daquelas sem sangue azul nem coroa nem títulos de nobreza. Mas que reina no pequeno-grande mundo que partilha com os seus dois filhos. Jornalista, autora, cronista, blogger, diz-se uma produtora de caracteres. Vai contando aos seus leitores as peripécias do dia-a-dia de uma mãe que vive sozinha com os seus dois filhos, e que entretanto ficou desempregada. As coisas mudaram mas o seu mundo cor-de-rosa e doce, não pode mudar, porque está à mercê do seu optimismo militante e da ternura e boa disposição que tem para esbanjar. E que vão “contaminando” as suas reflexões, dúvidas, dicas. Podem lê-la nas Crónicas de Uma Desempregada no site Dinheiro Vivo, ou melhor ainda, no seu novo livro Dias de Uma Princesa.
Catarina Beato partilha, também, o espírito das Famílias VagaMundos, empenhando-se em mostrar aos seus filhos uma nova cidade todos os anos, é uma mãe que sabe que crianças que viajam serão adultos com mundo, e que “ter mundo é ter abertura e flexibilidade para encarar os dias sem ceder aos problemas pequeninos”. Próximo destino: Copenhaga!
Catarina Beato
- Idade 35
- Profissão produzo caracteres
- nº de filhos 2
- idades 10 e 2 anos
- Destino de sonho Sozinha – Tóquio. Com os miúdos – road trip por Itália
- Filme preferido – Música no Coração (não vale gozar), o Gru Maldisposto e Estrela Cintilante
- Livro de viagem preferido– livros sobre viagens não tenho, prefiro acompanhar blogs de quem viaja;livro para viajar, escolho sempre um livro que se passe no destino para onde vou
- blog: diasdeumaprincesa.clix.com

Quando te falam em viajar com crianças, qual é a primeira coisa que te vem à cabeça?
Se me perguntarem: vamos? Respondo logo: sim! Depois penso em muitas coisas. O pediatra dos miúdos tem um princípio, só viajamos para países onde não podem beber água da torneira quando os miúdos sabem lavar os dentes e cuspir. Depois penso se há cuidados de saúde por perto [sou um bocadinho hipocondríaca com os miúdos]. Penso na viagem [o Afonso tirou-me toda a vontade de viajar num carro]. E coisas mais práticas: datas e disponibilidades. Mas aquilo que eu penso mesmo é: quero ir.
O que achas que é o melhor de viajar com os filhos?
Tudo. Tenho no meu filho mais velho o meu cúmplice. Partilhamos o gosto pelas viagens. O melhor são as memórias. É tudo o que fica, tudo o que guardamos, tudo o que aprendemos, a sensação de liberdade, as conversas sobre cada instante que vivemos.
E o pior? Ou o mais difícil ?
Há destinos que não são amigos das crianças. Não falo das dificuldades logísticas. Essas não me chateiam. Mas incomoda-me quando, evidentemente, as crianças não são bem-vindas.
O facto de seres mãe solteira torna as coisas mais complicadas? Traz-te algum constrangimento?
São só duas mãos. O que dificulta um bocadinho. Mas resolve-se. Principalmente porque é raro viajarmos apenas os três. Ás vezes vêm os amigos, outras vezes os avós. Outras vezes vamos para casa de amigos. Simplifica-se,
Qual foi a primeira viagem que fizeste com os teus filhos? Tinham que idades?
A primeira viagem, a sério e com aviões envolvidos, com os dois: fomos a Londres, há um ano. Tinham 1 e 9 anos.
As viagens são programadas com muita antecedência? Quais são as prioridades e as preocupações no planeamento?
As viagens são planeadas de acordo com as férias do mais velho e os preços dos voos. Como disse, preocupa-me as questões relacionadas com cuidados médicos.
Já houve algum contratempo em viagem?
Quando íamos para Londres, o Afonso fez cocó na fralda antes da descolagem e eu resolvi mudar a fralda no lugar – uma manobra rápida que eu domino. O senhor do lado chamou a hospedeira e queriam expulsar-me do avião. Mas sustos a sério, felizmente, não.
Viajavas mais vezes antes de teres filhos? Com que frequência viajas agora?
Viajava sempre que podia, várias vezes por ano. Era a melhor amiga das companhias low cost e dos leilões da TAP. Gosto de apanhar um avião e voltar no dia seguinte. Gosto da sensação de chegar a outro lugar. O jornalismo intensificou este gosto e aumentou as oportunidades.Tenho muitas saudades. Agora tento manter uma viagem [com direito a avião] por ano.
O que acreditas que vai ficar mais a memória das crianças após uma viagem?
Sair da zona de conforto. Ver lugares novos, provar comidas novas, não estender o que as pessoas dizem. Mesmo que fiquem apenas algumas e ténues memórias o cérebro guarda essa ginástica. Crianças que viajam serão adultos com mundo e ter mundo é ter abertura e flexibilidade para encarar os dias sem ceder aos problemas pequeninos.
Que dica ou conselhos podes partilhar com quem esteja a pensar em viajar com os filhos?
Que viajem de acordo com o prazer que tiram dessa viagem. Se viajar com crianças pequenas lhes causa ansiedade e cansaço, não vão. Se a decisão é ir, simplifiquem. Viajem com pouca coisa mas levem sempre analgésicos. Os miúdos podem não comer como comem em casa, podem não dormir às horas a que costumam dormir, podem não tomar banho um dia. O importante é aproveitar. Ser feliz e aprender a ser ainda mais feliz.
Qual é o vosso próximo destino?
Copenhaga. Tento dar a conhecer ao meu filho mais velho uma capital por ano. O ano passado íamos a Madrid mas eu fiquei em terra com o mais novo doente, foram os avós. Este ano descobri voos muito baratos para a Dinamarca e espero ir, de comboio concretizar um sonho meu muito antigo: ir à Legoland. E voltar a Londres, tenho sempre saudades dos mercados de comida. Agora, neste instante comia uma Pie Minister, em Borough Market, enquanto os meus filhos se deliciavam com um sumo natural e um hamburguer de uma das bancas. Para finalizar comíamos brownies caseiros até rebentar.


Gostei muito da entrevista à Princesa Catarina! 🙂 A ideia que tem sobre viajar com filhos é tal e qual a que defendo.
Estive em Copenhaga há dois anos e também fui à Legoland com o meu filho de sete anos. Foi uma experiência maravilhosa para todos. Ainda hoje, lembramos algumas peripécias que passámos lá. A Dinamarca ficou-nos no coração pela cultura e respeito pelos direitos de todos, pela segurança que se vive nas ruas, pela civilidade e condições de vida da população. É, sem dúvida, um país a mostrar aos nossos filhos!
Bjs
A Dinamarca é de facto um país fantástico e Copenhaga é <3, muito boa escolha para viajar com crianças 🙂
*
De facto dar mundo aos filhos é muito importante. Desde os 2 anos, tem agora 13, que viajo com a minha filha. Ela adora e é uma excelente companheira. Este ano, no verão, fez a sua estreia a viajar sozinha, pois foi passar uma semana em Inglaterra, num colégio, onde fez um curso de inglês. Foi sozinha, claro com acompanhamento da TAP e quando lá chegou estava um representante do colégio à espera, mas teve que se responsabilizar pelas suas coisas. Para ela foi uma experiência fantástica, correu tudo bem e quer repetir. Não tenho dúvidas que foram todas as viagens já feitas que lhe deram esta autonomia.
Não temos dúvidas que assim é!
Obrigada pelo seu comentário, Belmira!
Conheço a vida de uma princesa. Conheço pelo blog e do facebook. Quanto a viajar com crianças cá em casa ainda temos algum medo. A mais velha tem 7 anos e já precisa. O mais novo tem quase 2 e é para o lado que lhe dá. Mas este ano, se a crise nos permitir vamos estrear-nos nas viagens com os putos. Não vou com expetativas altas. Vamos para algum local children friendly, e sem esperanças de ver descansadamente museus, e sentar em esplanadas a provar iguarias culinárias. Com putos, mesmo não tendo a experiência, penso que o melhor é go with the flow. Espero que não haja birras…. essas matam-me. Como somos 4 os €€€ também são factor importante. Mas queremos muito ir!!! obrigado pelas dicas pikitim!
É isso mesmo… go with the flow… E não ter muitas expetativas é meio caminho andado para tudo sair ainda melhor que o previsto! Mas acredita que podes ter bastantes!
Vais ver que ainda se vão surpreender, e muito.
Boas viagens!