Paula Pinheiro foi jornalista, professora, técnica de estudos de mercado. E é mãe de dois bebés: de um menino de 17 meses e de uma menina de dois. A Paula é uma velha amiga (fomos da mesma turma na Universidade do Minho), mas não é (só) por causa disso que hoje ela é a voz da nossa Família VagaMundos. Está aqui depois de eu ter lido um texto muito bonito onde ela contava o que era Ser Tiago em Santiago. Tiago é o filho; Santiago é a ilha em Cabo Verde num blog pessoal que já não vê posts há quase um ano. Mantém outro, o Xixi-Cama, em conjunto com outra amiga, mas também ele tem recebido poucas atualizações. À volta de fraldas e sestas, com alergias a proteínas que estão por todo o lado, a vontade de viajar da Paula não esmorece.
Paula Pinheiro
- Idade 37
- Profissão Em reinvenção…
- nº de filhos 2
- idades 17 meses/2 meses
- Destino de sonho Os meus sonhos são diferentes todos os dias, mas o que gostava mesmo era de levar o Tiago e a Rita numa viagem como a da Pikitim 🙂
- Filme preferido O fabuloso destino de Amélie Poulain
- Livro de viagem preferido Leio muito pouca literatura de viagens, mas talvez o Sul, do MST
- blog/site: xixicama
Quando te falam em viajar com crianças, qual é a primeira coisa que te vem à cabeça?
Pikitim. É mesmo verdade! Quando vocês iniciaram a vossa viagem, eu ainda não tinha filhos. Viajava sempre que podia e dava comigo a pensar se poderia ser assim quando tivesse filhos. Vocês mostraram-me que sim, mesmo antes de eu experimentar.
O que achas que é o melhor de viajar com os filhos?
Eu sou mãe recente e ainda não consigo dissociar bem o facto de viajar com filhos de simplesmente ter filhos. Ter filhos ainda é uma novidade que surpreende todos os dias. Viajar com eles é fabuloso! Quer dizer… com os dois ainda não sei bem. Na nossa última viagem a Itália, o Tiago tinha 12 meses e eu estava grávida de seis meses e meio. Mas uma coisa é certa: não há tempos mortos no aeroporto…
E o pior? Ou o mais difícil?
No nosso caso, tem sido a alimentação porque o Tiago tem uma alergia grave às proteínas do leite de vaca. Enquanto foi amamentado em exclusivo, era tudo facílimo. Desde então a dificuldade tem aumentado… Aliás, já fomos duas vezes a Cabo Verde e, na minha memória, as duas viagens referem-se a diferentes destinos. Da primeira vez, tinha quatro meses e só bebia leite materno. Da segunda vez, com sete meses, a máquina das sopas já foi na bagagem e passámos a fazer visitas diárias ao mercado. Nesta última viagem, por exemplo, a rotina já incluiu visitas ao talho para comprar carnes brancas.
Qual foi a primeira viagem que fizeste com os teus filhos? Tinham que idades?
No dia a seguir ao Tiago fazer 3 meses, voámos para a Madeira para ele conhecer os avós (o pai é madeirense). Passámos lá 3 semanas, com direito a visita ao Porto Santo.
As viagens são programadas com muita antecedência? Quais são as prioridades e as preocupações tidas em conta no planeamento?
Nem por isso. Temos tentado adaptar-nos à agenda do pai, que está a trabalhar em Luanda e passou também uma temporada na Praia (Cabo Verde). A principal preocupação é investigar o destino em termos de cuidados médicos, para o caso de haver alguma ingestão acidental da dita proteína.
Já viveste algum susto, já houve algum contratempo em viagem?
Houve um contratempo, mas foi antes de partir. Normalmente sou eu que escolho os destinos e trato do planeamento, o que nem sempre satisfaz o pai que gosta de outro tipo de férias. Em Maio, ele quis tratar das férias e resolveu surpreender-me com um cruzeiro no Mediterrâneo. Eu já estava de 27 semanas de gravidez e o limite para embarcar é 24 semanas. Conseguimos recuperar o valor da reserva do cruzeiro, mas os voos para Veneza não eram reembolsáveis. Acabei por inventar umas férias mesmo à minha medida. Partimos de Veneza de comboio, fomos a Roma e a Cinque Terre. Levámos uma mala para os três e o carrinho do Tiago.
Viajavas mais vezes antes de teres filhos? Com que frequência viajas agora?
Em termos de pequenas viagens, posso dizer que viajo menos. Antes era mais fácil aproveitar qualquer promoção low cost. Por outro lado, tinha muitas limitações em termos profissionais. Agora, temos que nos adaptar apenas à vida profissional do pai, mas estamos sempre prontos! Combinámos que, enquanto pudermos, faremos sempre uma grande viagem por ano. Se conseguirmos fazer mais, não desperdiçaremos certamente a oportunidade.
O que acreditas que vai ficar mais a memória das crianças após uma viagem?
Acredito que guardarão para sempre os cheiros, os sabores, os sons, as cores. Apesar de ser pequenino, já noto isso no Tiago, principalmente com a música.
Que dica ou conselhos podes partilhar com quem esteja a pensar em viajar com os filhos?
Vão. Ter medos é normal, mas a alegria de os vencer é extraordinária! Há tempos falei com uma mãe que estava com receio de ir com um bebé a Palma de Maiorca e queria levar daqui uma mala com as sopas congeladas ou os legumes. Só lhe disse que lá os bebés também comem. É preciso descontrair e descomplicar.
Qual é o vosso próximo destino?
Essa é fácil. Se não for antes, vamos ao Funchal no fim do ano visitar os avós. Na Primavera, depois da Rita atingir os 6 meses (idade mínima) talvez façamos o tal cruzeiro para satisfazer a vontade do pai.
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