O site Pumpkin.pt existe para tornar mais fácil a vida das famílias. É onde se pode encontrar tudo para a família e ajudar outros pais na aventura fantástica de ter filhos e ser uma família feliz. É do que mais gostam de falar: de famílias felizes. E vai e não vai, gostam de fazer perguntas. De pedir histórias, relatos, opiniões. Na semana passada foi a vez da família Pikitim integrar a lista das famílias felizes. Deixo-vos a nossa conversa.
Que tipo de brincadeiras a vossa filha gosta mais de fazer em casa? Gosta de livros, filmes? Quais são os seus preferidos?
É “viciada” em leitura e em momentos Art Attack, o seu programa preferido no Disney Junior, e o único que a faz perguntar as horas. Há sempre tintas pela casa, papel de todos os tamanhos (o do cavalete também está sempre a ser resposto), e nada de deitar fora caixas de sapatos, rolos de cozinha, caixas de ovos. Aqui recicla-se tudo (será mais justo, até, dizer que se vai amontoando, porque com o regresso às aulas ela não dá vazão a tanto material recolhido. Depois, brinca até à exaustão com o seu brinquedo novo. Ou com as marionetas que inventou, ou com o jogo da gloria ecológico (porque tem uma árvore ao meio, e as casas de castigo atingem quem não poupa energia ou deita lixo para o chão). Gosta muito de filmes da Disney (agora o preferido é o Aladino, mas já foi a Sininho, já foi a Ariel…) e faz muitas colecções de livros. E lê-os.
Durante a sua viagem a Pikitim descobriu o jogo de cartas Geofamily, que estimula a concentração e a lógica, mas também o conhecimento e o interesse pela geografia. Serviu muitas vezes para entreter e também como quebra gelo na relação com outras crianças. Já de regresso, foi o ponto de partida para a Pikitim planear as suas próximas viagens: Brasil, Japão, Índia e Marrocos. Ao que parece, a criança não resistiu à beleza e ao colorido das indumentárias femininas nestes países. um critério tão bom como outro qualquer para revelar a cultura de um povo. E, neste caso, até conduziu a uma selecção bem interessante.
Costumam cozinhar em casa ou gostam mais de comer fora de casa? A Pikitim também vai para a cozinha? Onde se inspiram?
Costumamos cozinhar em casa. Não vamos a restaurantes por hábito. Até porque cá em casa mora um excelente cozinheiro (o pai!) e mãe e filha gostam de aproveitar. A Pikitim gosta de pôr o avental e dizer que é a ajudante. Seja para decorar uma pizza, para ajudar a partir a fruta para uma salada ou os legumes para a sopa, ou para ajudar o pai a “mexer” a comida que está a cozinhar nos tachos. A inspiração tem as origens mais variadas. Há muita influência italiana e asiática nos nossos cozinhados, mas regressamos sempre às origens portuguesas.
Que tipo de actividades e lugares gostam mais para fazerem programas em família?
Como vivemos no Porto, e estamos sempre atentos à programação da casa da Música e da Fundação de Serralves. Tentamos participar em vários workshops que nos estimulam, quer por via da música, quer pela via das artes plásticas. Estes são os que mais frequentamos, apesar de também valorizarmos muito uma boa sessão de contos ou uma peça de teatro infantil (e que produções giras faz o teatro de Marionetas do porto e o Teatro Pé de Vento, por exemplo). Mas nem sempre temos eventos “culturais” na agenda. Não fazemos disso uma obrigação. Obrigação é estarmos em família, a desfrutar, e o que não abdicamos nunca, sempre que o tempo permite, é o ir tomar um café ou comer um gelado a uma das nossas esplanadas preferidas aqui no Norte.A Pikitim diz que “é a nossa praia”, ou então é a Praia do José, porque José é o nome do concessionário. É a Praia de Moreiro, junto a Castro São Paio, em Labruge. Gostamos de lá ir. Sem motivo. “É a nossa praia”.
Que tipos de férias preferem, e quais são os vossos destinos preferidos em família?
Férias na natureza. Como vivemos numa cidade, tentamos privilegiar o “campo”. O Alentejo e a Costa Vicentina estão sempre nos nossos roteiros. E o Alto Minho (Vila Nova de Cerveira, Caminha, Monção) e a serra do Gerês estão entre as nossas escapadelas mais frequentes. E o Douro, o alto douro vinhateiro, onde temos raízes familiares, também mora no nosso coração
Que dicas têm para famílias felizes?
Saiam da rotina, do hábito. Prioritizem as experiências face aos objetos, às coisas que pensamos que precisamos, mas que, afinal, não precisamos nada. Viajem muito, viajem mais. Não precisa de ser para países distantes (sabemos que a crise se instalou), nem precisam de gastar muito dinheiro. Só é preciso terem vontade de descobrir, ir até ao fim da rua, ir até ao fim do mundo, como os verdadeiros repórteres :-). É nesses momentos que se constroem as melhores memórias.
A vossa viagem à volta do mundo foi inspiradora. Foi difícil a decisão de partirem? O que pesou nesta decisão?
O sonho de fazer esta viagem à volta do mundo em família passou a ser o projeto da nossa vida. O timing tinha que ser aquele que escolhemos, porque estávamos condicionados pela idade da Pikitim, e pela sua entrada na escola primária. Por isso, teríamos de o fazer durante 2012, se quiséssemos que ela regressasse com algum tempo para se reacostumar aos hábitos escolares, e para entrar na escola primária. Não foi difícil partir. Era um projeto familiar, pessoal e também profissional. Foi uma decisão ponderada, porque me obrigou a deixar o meu emprego – e abdicar de um posto de trabalho de há 14 anos. Mas sabia que me iria arrepender se não realizasse um sonho por causa disso. Era a nossa oportunidade. Tínhamos de ir atrás. Obviamente, não estamos arrependidos. 🙂
Um ano depois do regresso o que ficou convosco?
Ficaram tantas e tão boas memórias. Momentos em família irrepetíveis, e um profundo auto-conhecimento. São viagens ao fim do mundo, mas também ao nosso interior. Conhecemo-nos melhor, como indivíduos e como família. Isso fortalece-nos de uma maneira difícil de quantificar. Entretanto, já passou um ano desde que regressamos. Continuamos a tentar arrumar as sensações dispersas, as memórias avulsas, as já saudades das pessoas que fomos conhecendo pelo caminho, a par com a tentativa de continuarmos a tentar construir uma vida neste país, que é o nosso. E estamos sempre a sonhar com a próxima viagem
O que diriam a uma família que queira fazer o mesmo?
Vão. E divirtam-se. Não é tudo cor-de-rosa, mas é mais fácil do que alguma vez pensaram. E é profundamente mais enriquecedor do que alguma vez ousariam pensar que poderia ser.
Quais são os próximos projetos da família Pikitim?
Viajar, viajar, viajar. Agora mais curtas (école oblige) mas de preferência frequentes.
Para ler a entrevista na Pumpkin: A família Pikitim | Pumpkin.pt
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