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Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / FUGAS #23: O rio de gelo na terra das “árvores-menina”

FUGAS #23: O rio de gelo na terra das “árvores-menina”

22.Jul.2012 By Luísa Pinto Deixe um comentário

Depois de nos termos deslumbrado com a região dos fiordes neozelandeses, era hora de atravessar a cordilheira dos Alpes do sul e subir a costa oeste da ilha sul da Nova Zelândia. Os locais brincam com o nome do distrito – dizem que em vez de westland, “terra do oeste”, se deveria chamar wetland, “terra molhada”, tal a quantidade de precipitação que ali cai. Não era, evidentemente, a chuva que procurávamos, mas sim as enormes massas de gelo. Em movimento. Porque é aí que, num espaço geográfico curtíssimo, perto do mar e embrenhado num clima tropical, se encontram dois glaciares absolutamente fascinantes, de seu nome Fox e Franz Joseph. Dirigimo-nos para lá.

Atravessámos os Alpes na chamada passagem de Haast, através de uma estrada de montanha tão sinuosa quanto cénica. Ao início, paisagens verdejantes; depois, cascatas por todo o lado. E, de repente, no final de uma curva, tínhamos todo um oceano à nossa frente. Um mar de Inverno, revolto em vez de Pacífico, e uma praia repleta de sinais de tempestade, com centenas de troncos negros espalhados pelo areal de forma apocalíptica. Tudo era cinza, preto, quase assustador. E simultaneamente belo. Parecia o cenário de um filme de acção e aventura, no exacto momento em que algo tenebroso está para acontecer e o suspense prende a nossa respiração.

Caminhada pelo trilho Sentinel Rock, junto ao glaciar Fox
Caminhada pelo trilho Sentinel Rock, junto ao glaciar Fox

Mas aquele mar revolto foi um belo prenúncio do que as forças da Natureza continuam a desenhar, diariamente, em toda a Nova Zelândia, nomeadamente na formação de glaciares tão belos como Fox e Franz Joseph. Tecnicamente, um glaciar é algo sempre em mudança – ora recua ora avança -, e quase todos estão ameaçados pelo aquecimento global do planeta. Mas poucos serão tão dinâmicos quanto os da westland.

Os ventos vindos do oceano esbarram na cordilheira dos Alpes do Sul e dão aos glaciares a água de que necessitam para continuarem a existir: a chuva transforma-se em neve pelas elevadas altitudes e a neve acumulada transforma-se no gelo que vai alimentando os glaciares. É muita informação técnica para a Pikitim, apesar da atenção com que ela nos ouviu, e parecia querer perceber das placas de informação que se habituou a tentar interpretar. Sintetizou desta forma: “lá em cima está tanto frio, que a água da chuva não se transforma em neve, mas em gelo”. Mas, logo depois, começou a duvidar da sua própria explicação. “Não está assim tanto frio, eu até nem preciso de casaco. Não percebo como não derrete!”, afirmou, espantada.

Vista do maravilhoso lago Matheson
Vista do maravilhoso lago Matheson

O primeiro que visitámos foi o glaciar Fox. E o que a Pikitim viu foi um verdadeiro “rio de gelo” – não há melhor forma de se referir a um tal caudal de água, que parece querer descer montanha abaixo mas acaba congelado a meio, como num instantâneo fotográfico. Caminhamos entusiasmados pelo que seria um leito de cheia se estivéssemos a falar de um “rio normal” e se a água que víamos a “descongelar” não fosse um “fiozinho” aparentemente inofensivo. Na verdade, as aparências iludem e não há nada de inofensivo na paisagem glaciar. Todos os dias, o Departamento de Conservação marca novos limites para manter os visitantes em segurança. Foi por isso, em virtude de uma tempestade nocturna que aumentou o caudal de um riacho circundante, que nesse dia ficamos a mais de 600 metros da cabeça do glaciar, quase dez vezes mais longe do que o costume.

Haveria de ser um pouco mais a norte, no afamado Franz Joseph, que a Pikitim iria conseguir estar bem perto da cabeça de um glaciar. Seguimos pelo trilho Sentinel Rock. O percurso começava numa pequena floresta onde outrora estava o glaciar, entretanto recuado várias centenas de metros, e continuava por um “oceano de entulho” deixado pelo degelo, ladeado por vistosas cascatas. O sol apareceu, o branco ficou mais branco, e o rio de gelo brilhou por breves instantes, antes que as brumas e a chuva tomassem conta de todo o vale de Franz Joseph. Foi a melhor vista que a Pikitim conseguiu da cabeça de um glaciar, depois do azar meteorológico no glaciar Fox.

A Pikitim posando perto da cabeça do glaciar Franz Joseph
A Pikitim posando perto da cabeça do glaciar Franz Joseph

A vigilância do Departamento de Conservação, embora tranquilizantes, parece por vezes demasiado conservadora. Foi o que pensámos ao ser impedidos de realizar o trilho completo à volta do lago Matheson, nas proximidades da aldeia de Fox, por causa de uma árvore de grande porte caída numa das suas margens. Tal facto “obrigou-nos” a visitar Matheson mais do que uma vez – um belo pretexto para voltar a um local que tem a arrebatadora capacidade de reflectir a cadeia montanhosa com tal beleza que são suas muitas das mais conhecidas fotografias neozelandesas, correndo mundo em incontáveis postais, ou suportes como caixas de bolachas e tabletes de chocolate.

Ao longo da caminhada circundando o lago Matheson, as árvores altas e frondosas foram o pretexto para a Pikitim recontar a história da Pocahontas, que conseguiu subir uma árvore “parecida com as do lago, mas diferentes porque tinham mais ramos”. Enquanto contava a história da índia, do príncipe João e da senhora Jenkins, a Pikitim reparou nos “cabelos” que caíam de uma espécie de palmeira e decidiu prontamente que era “uma árvore-menina”. A partir daí, começou a reparar nas árvores, decidindo se eram “meninas”, “bebés” ou até – qual filme da Disney – se viviam uma história de amor: “Não posso acreditar, estas árvores estão a dar as mãos… devem estar apaixonadas”.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Nova Zelândia

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

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