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Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / A acampar na misteriosa Ilha dos Pinheiros

A acampar na misteriosa Ilha dos Pinheiros

19.Ago.2012 By Luísa Pinto Deixe um comentário

Tinha sido uma longa jornada de carro a atravessar numa paisagem quase surreal, a das montanhas esventradas pela actividade de extracção do níquel, onde a terra tem cores ocre e laranja e a estrada serpenteia ao longo de intermináveis quilómetros sem carros à vista, entre Kouaoua e Canala. Estávamos na costa leste da Grande Terre, a principal ilha da Nova Caledónia, e tínhamos como destino a pequena vila de Thio. De permeio, tínhamos ainda sido obrigados a um compasso de espera na “estrada com horários de Petchécara” – um troço de 13 quilómetros tão estreito e íngreme que há horas destinadas ao trânsito em cada um dos sentidos. Esperámos quase uma hora, para que chegassem as quatro da tarde e pudéssemos avançar, e assim chegamos ao parque de campismo de Ouroué uns quilómetros antes de Thio, já ao fim da tarde. O cansaço já pesava. Mas não o suficiente para que o entusiasmo e a ansiedade da Pikitim viver a verdadeira aventura de acampar esmorecesse.

Gite Nataiwatch, na Ile dês Pins
Tenda montada no gite Nataiwatch, excelente escolha de alojamento na Ile dês Pins

Desde que lhe disséramos que iríamos fazer uma fogueira para podermos cozinhar que a Pikitim não pensava noutra coisa senão na missão que lhe tinha sido incumbida: ajudar a encontrar lenha. O céu ameaçava chuva e, com o parque deserto de clientes e donos, estávamos por nossa conta. A Pikitim não nos quis ajudar a montar a tenda, nem a estender colchões e sacos-cama. Tratou de arranjou paus para a fogueira, verificando, nem sempre com sucesso, se estavam suficientemente secos (uma tarefa difícil, depois de uma tarde de chuva), e não arredou pé da fogueira que o pai estoicamente tentou fazer sem acendalhas.

Fogueira acesa, a maior das emoções. E o arroz que lá cozinhámos estava “ainda mais saboroso do que o costume”. A Piktim estava delirante. Estávamos de lanternas à cabeça, a ouvir as ondas e a apreciar um luar tímido, saboreando arroz de cenoura e salsichas de Toulouse, algo barato e fácil de encontrar nos supermercados locais. “A partir de agora, vamos sempre comer na fogueira, pode ser pai?”, pediu. O campismo tinha de continuar – e seria em îles de Pins!

A Ile des Pins tem praias magníficas
A Ile des Pins tem praias magníficas

Planeámos passar boa parte da semana seguinte na misteriosa Île des Pins, apontando para lá todas as nossas expectativas relativamente ao usufruto da diversidade natural e da beleza classificada como Património Mundial das lagoas da Nova Caledónia. A Île des Pins integra uma das seis zonas protegidas da lagoa que envolve a costa do território ultramarino francês, considerada em literatura diversa como a “maior lagoa do mundo”. Com os desejos da Pikitim no horizonte, preparamos a tenda e os mantimentos necessários para “cozinhar na fogueira todos os dias”. O isolamento da ilha torna-a ainda mais irresistível – e ou pescávamos peixe para pôr na grelha à noite, ou teríamos mesmo de levar a carne, latas de atum ou salsichas para fazer um apetitoso barbecue, porque não há supermercados em toda a ilha.

Montamos a tenda no Nataiwatch, um gîte (termo usado para designar o alojamento turístico local) localizado na bonita baía de Kanuméra, excelente base para conhecer as principais atracções da pequena ilha. A “ilha dos pinheiros”, como lhe chamou a Pikitim, é pequena em tamanho – 18 quilómetros de cumprimento por 12 de largura – mas enorme em termos de beleza natural. A começar pelos tais pinheiros que lhe dão nome e marcam de forma indelével a paisagem, tanto pela sua abundância como pela curiosa forma colunar. E, depois, pela água cristalina que beija não só as areias de Kanuméra mas de toda a ilha, como foi bem visível do ponto mais alto de Îles dês Pinsa ilha, o Pic N’ga, que atinge apenas os 263 metros.

Vista a caminho do Pic N'ga, o ponto mais alto de Îles des Pins
Vista a caminho do Pic N’ga, o ponto mais alto de Îles des Pins

Tendo uma festeira comunidade kanak como vizinhos, a estadia no Nataiwatch revelou-se prazenteira e animada. Passaram o fim-de-semana a cantar e a dançar – e a comer e a beber – e tinham sempre um simpático bonjour na ponta da língua para dispensar aos visitantes. Nós não tínhamos confiado na capacidade de pesca – até porque não dispúnhamos de material adequado nem a experiencia necessária – e, por isso, tínhamos levado para a ilha os mantimentos necessários para satisfazer os desejos da petiza.

A excepção à regra das refeições cozinhadas na fogueira do pai foi o almoço que encomendámos no Chez Regis, um restaurante existente ao lado da principal atracção da ilha – a “piscina natural”, na Baía de Oro, assim chamada pela grande concentração de corais e peixes coloridos ali aprisionados na maré baixa. Encomendamos uma bougna, o prato típico da Nova Caledónia, também ele cozinhado na fogueira, ao longo de duas pacientes horas, com o frango em coco e limão embrulhado em folhas de bananeira. Um petisco!

Bougna no Chez Regis
Bougna no Chez Regis, próximo à “piscina natural” da Baía de Oro. É um prato típico da Nova Caledónia.

O passeio até à Baía de Oro foi um deleite. Na travessia para lá, as águas eram tão límpidas que avistámos três tartarugas a nadar sem a mínima dificuldade. Era só deixar fluir o olhar, ao sabor do mesmo vento que empurrava a “piroga” que nos transportava. “Funciona!”, exclamou a Pikitim, ao perceber que basta uma vela e algum vento para fazer o barco andar. “Então, só quando não há vento é que os senhores têm de remar ou ligar o motor”, notou, perspicaz. Chegar à piscina natural implica algum “exercício”, para além da travessia de “piroga”: um percurso pela selva de cerca de três quartos de hora (onde apareciam caranguejos gigantes para nos cumprimentar), e depois atravessar o braço de mar que ajuda a alimentar piscina natural. Mas é um exercício prazenteiro, pela beleza do local, quase intocado, apesar de ser uma das principais atracções turísticas da ilha.

A Pikitim na piscina natural da Baía de Oro, uma das principais atrações naturais de Ile dês Pins
A Pikitim na “piscina natural” da Baía de Oro, uma das principais atrações naturais de Ile dês Pins

De regresso ao Nataiwatch, não era necessário colocar o frontal na cabeça para conseguir ver o prato, nem comer sentados num tronco como fizéramos em Thio, porque tinha mesas e electricidade à disposição dos campistas. Mas a magia do marulhar das pequenas ondas continuava a mesma. Na última noite que passamos por lá deixamo-nos assaltar por alguma tristeza. “É uma pena termos de devolver a tenda ao Simmon e ao Sylvain. Em Portugal vamos fazer campismo mais vezes. Pode ser?”, pediu a insaciável Pikitim. Está prometido.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Nova Caledónia

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

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