Uma das grandes vantagens de ser jornalista é que (quase) todos os dias abordo assuntos diferentes, conheço pessoas diversas, falo com gente interessantíssima. Não me tornando especialista em nada, aprendo um bocadinho de todas as coisas que vou abordar profissionalmente. Um dos assuntos que mais me tem apaixonado ultimamente é o que demonstra a incrível capacidade do cérebro dos bebés. Achamos que lá em casa temos um “come e dorme”? Pois que nada disso! A actividade cerebral dos bebés até aos dois anos está mais activa do que estar alguma vez na vida, ocupadíssima a produzir ligações entre os neurónios! E estas ligações – chamadas de sinapses – ocorrem em resposta a estímulos. Uma simples brincadeira, um som, uma textura, um sorriso. Tudo é ginástica para o cérebro.
Os bebés não falam, mas aprendem tudo. Aprendem de tanto ver e de tanto ouvir. São umas esponjas, como nós costumamos dizer, porventura sem ter grande conhecimento cientifico. Mas ele existe. É só procurar. Há quilos de informação e estudos científicos a demonstrar como os primeiros anos de vida são tão fundamentais no desenvolvimento cognitivo e emocional dos bebés.
Saber isto assim, preto no branco, até pode parecer que vem aumentar ainda mais a responsabilidade de uma mãe. Sim, o amor e o afecto, que é tudo o que eles precisam, já sabemos, é também o mais importante de tudo. Mas, e saber que todos os estímulos a que os sujeitamos, desde as idades mais tenras, vão trazer frutos e vão ter influência directa no desenvolvimento cognitivo e emocional, vão ajudar a que eles sejam crianças inteligentes e emocionalmente estáveis não nos impele, enquanto mães e pais, a procurar estimula-los da forma mais correcta?

Então, o que fazer quando começam a surgir por todo o lado propostas de actividades para fazer com os bebés – algumas delas a partir das três semanas de vida!? Não tem nada a ver com academismo precoce, nem com a tentativa de criar pequenos génios. Há ateliers de estimulação sensorial, de yoga, de danças latinas, de expressões artísticas (por exemplo, o For Babies ou o Baby Gil) e há escolas de inglês para bebés, com aulas como a que nós já fomos experimentar na Helen Doron. Para mim, o mais importante em todas estas atividades é a possibilidade que os pais têm de se obrigar a um tempo de qualidade com os seus bebés. E a oportunidade de, durante o tempo que dura aquele workshop, não estar a trabalhar nada mais senão o vínculo afectivo que os vai unir para sempre.
Nós também estimulamos a Pikitim durante a viagem de volta ao mundo. Sempre acreditamos que as sementes ficariam lá, algures, mesmo que aparentemente, as memórias não guardassem tudo o que viveu. que fizemos quando ela tinha quatro e cinco anos nunca nos ocupamos muito em ensinar-lhe a falar inglês. Mas ela, de tanto nos ouvir a falar com os outros, começou a desenrascar-se, e de repente já falava inglês. Sim, “viajar é ‘more good’“ para todos. E o nosso tempo de qualidade em família durava 24 horas por dia. 🙂
Ainda não temos nenhuma viagem planeada para fazer a quatro. Mas o Tiago já vai começar a ouvir falar inglês. E eu vou divertir-me todas as semanas, a brincar com ele. Enquanto a Pikitim está na aula de “Jump with Joey” , nós estaremos na aula “Baby’s best Start“. Porque a brincar é que a gente se entende. E aprende.
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