O jet-lag é uma preocupação comum para quem viaja com crianças – e não tanto para quem viaja com bebés, porque esses mantém o seu ritmo biológico. Se vai cruzar muitos fusos horários e, sobretudo, se vai viajar em direcção aos países do sol nascente é certo que vai sentir no corpo os efeitos do chamado jet-lag. Vai ter de enfrentar o “monstro”, é certo, mais saiba que há algumas técnicas para tornar a batalha mais suportável.
Os efeitos típicos do jet-lag são a fadiga, a falta de apetite, a irritabilidade e a perda de concentração – o que é compreensível, se não podemos/devemos dormir quando temos vontade, ou se está tudo fechado quando precisamos de comer. Há outros factores, também, a ter em conta nesta equação de irritabilidade e de sintomas físicos: o facto de estar a viajar durante muitas horas num espaço fechado onde o ar é pressurizado e os seus movimentos limitados.
Enfim, sabemos que vai acontecer. Mas também sabemos o que fazer para que dure o menor tempo possível.
1 – Escolha bem a hora dos voos
Os efeitos do jet-lag são sempre piores quando as viagens são feitas para oriente. Mas pode tentar diminuir estas perturbações se puder optar nos horários dos voos. Se a viagem for para oriente, marque o voo para de manhã; se a viagem for para ocidente, marque um voo para o fim do dia.
2 – Durma muito e o melhor possível na véspera do grande voo.
Há algumas maneira de o conseguir: dispensando as bebidas alcoólicas e a caféina a partir de três ou quatro horas antes de se deitar; fazendo bastante exercício físico para depois ter mesmo vontade de descansar ou então (e este tem mais a minha cara) tomar um banho de imersão com sais relaxantes, como a alfazema; dizem que o chá verde também tem bons efeitos na prevençao do jet-lag. As crianças também deverão ter uma noite de sono longa e descansada na véspera do grande voo. E os pais saberão, melhor do que ninguém, como os conseguir relaxar. A Pikitim, normalmente é vencida pelo cansaço – portanto um programa muito excitante e extenuante na véspera é o que melhor funciona.
3 – Beba muita água durante todo o voo.
O índice de humidade dentro dos aviões pode ser preocupantemente baixo – apenas de 10 por cento. Hidrate-se e insista para o seu filho beber água. Nem que isso implique ir mais vezes à casa de banho – não faz mal, é uma forma e se obrigar a fazer exercício e esticar as pernas.
4 –Acerte o relógio mal entre no avião
Tem de começar a adaptar-se, ainda que psicologicamente, de imediato. Para se aperceber desde logo, a quantas anda. E se chegar ao destino cansado e a precisar de dormir apesar de ser meio dia, faça.o sem problemas de consciência. Mas o melhor é que não feche as cortinas, nem escureça o quarto. A luz do sol – e a escuridão noturna – fazem milagres pela nossa adaptação, e pela adaptação das crianças também.
5 – A primeira refeição no destino deve substancial, à base de frutas e legumes. E vitamina D.
As frutas e vegetais, e todos os alimentos ricos em vitamina D, como o leite, iogurtes, ovos, vão ajudar a repor os níveis de açúcar e trazer fontes de cálcio. Ajuda trazer um lanche do avião (ou do aeroporto) para o caso de só ter almoçado e no país de destino já passarem das horas em que encontra jantar num lugar decente.
A nossa primeira refeição em Singapura foi às 23h00 locais – sendo que a ultima refeição no avião tinha sido um pequeno almoço. Só encontramos um pequeno local, onde pedimos uns noodles com vegetais. Foi a estreia da Pikitim com pauzinhos. Não foi nos noodles que ela mais se vingou, mas sim nos iogurtes e pacotes de leite que comeu e bebeu durante a madrugada. Uma das recomendações do pediatra da Pikitim foi o de lhe dar iogurtes locais – são uma excelente forma de o organismo se adaptar à flora bacteriana do país que estamos a visitar. E, supostamente, os iogurtes foram fermentados, pelo que essas bactérias são inofensivas.
Dizem os livros que geralmente o corpo se vai habituar ao novo fuso horário à taxa de uma ou duas zonas de tempo por dia. Ou seja, se vai cruzar oito fusos horários, deverá precisar de quatro a seis dias para se ajustar. Foi o que nos aconteceu em Singapura – só lá estivemos 5 dias, e a Pikitim precisou de todos eles para se “aclimatar”. Só quando partimos para o destino seguinte, Koh Yao Yai, é que podemos dizer que o seu relógio biológico já estava sincronizado.
O ideal é tentar desde logo começar a fazer os horários do país de destino. Para os adultos, ainda há quem recomende a toma de melatonina – a hormona que ajuda a combater as insónias e melhora a qualidade do sono. Mas não existe qualquer tratamento conhecido para as crianças.
Andreia Rodrigues diz
boa tarde! Estou neste momento a viver em Luanda com um bebê de 6meses. Mas sempre viajamos bastante e estamos com intenções de continuar. O vosso blog é uma inspiração 😉
Sei que são do Porto e gostaria de saber quem é o pediatra da Pikitim…o um médico habituado a grandes viagens da sempre jeito!
Luísa Pinto diz
Olá Andreia
O pediatra da Pikitim é o Dr Eduardo Gonçalves. Tem consultório no edifício do Capitólio, na Av. de França.
Su - blog xixi-cama diz
Uma excelente ajuda, Luísa. Muito esclarecedor. bej
Maria diz
Obrigada pela partilha Luísa, são boas dicas. 🙂