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As térmitas (e todos os animais) têm mais interesse ao vivo

01.Jul.2012 By Luísa Pinto 1 comentário

A Pikitim é uma criança curiosa como todas as crianças de cinco anos. Recebe com entusiasmo as explicações que pede, com frequência, e gosta de desafios e novas descobertas. Se a busca for polvilhada com um pouquinho de mistério e teatralização, tanto melhor. Quanto mais emoção, mais divertido. Mesmo que a resolução do mistério dependa tão simplesmente de… abrir gavetas.

Foi isso que aconteceu há dias no Museu da Austrália Ocidental, em Perth. A Pikitim passou largos momentos a abrir e fechar gavetas, sofregamente, sem saber o que de lá iria sair – se um coral, se um ovo, se as ossadas de um animal ou um gigantesco insecto. Foi também com alguma curiosidade que se encostou a uma vitrina e ouviu o pai explicar-lhe que, à sua frente, tinha uma termiteira, uma engenhosa construção feita por térmitas que estava ali, aberta ao meio, para melhor percebermos como as formigas se organizam, trabalham em equipa e armazenam o que vão colhendo para se alimentarem durante o ano. “Como na história da cigarra e da formiga”, acrescentou ela. Claro que sim!

Museu da Austrália Ocidental, em Perth
Museu da Austrália Ocidental, em Perth

Umas semanas depois, mais de mil quilómetros a norte da capital estadual, Perth, haveríamos de ver termiteiras bem de perto. Quando parámos a caravana e nos abeiramos de uma dessas termiteiras, muito mais alta que o seu pai, a Pikitim nem queria acreditar. “São mesmo casas de formigas?”, questionou, praticamente encostando o nariz numa delas, como se a proximidade lhe trouxesse maior verosimilhança. “Mas se isto é de areia, ou terra, ou lá o que é, como é que não se desfaz?”, perguntou, intrigada. Estava verdadeiramente perplexa. “Como é que as formigas conseguiram fazer isto?”, insistiu. Relembramos-lhe os méritos do trabalho em equipa, e a termiteira aberta ao meio que tínhamos visto no museu em Perth. “Lembro-me muito bem. Mas é mais giro vê-las aqui que num museu”, respondeu prontamente. “Na verdade”, concluiu, “nunca imaginei ver uma coisa destas!”.

E a verdade é que viu várias. Centenas, se não milhares, especialmente na estrada que liga Coral Bay a Exmouth, a caminho dos recifes de coral de Ningaloo.

Saímos de Coral Bay já de barriga cheia com belíssimos snorkelling feitos a partir da praia. Os corais não eram muito coloridos, quase todos acastanhados, mas as formações que apresentavam eram variadas. Mas estávamos com grandes expectativas sobre o Parque Marinho de Ningaloo, na água, e sobre o adjacente Parque Natural de Cape Range, em terra firme. De ambos, a cidade costeira de Exmouth é a principal porta de entrada.

Coral Bay
Coral Bay

Apesar de ser Inverno, por ser a altura do ano em que os tubarões-baleia acorrem à costa de Ningaloo para se alimentarem, era época alta em Exmouth e havia lotação esgotada no Parque Nacional Cape Range. Verdade seja dita, há algumas dezenas de lugares disponíveis em todo o parque, o que permite manter bem controlada a pressão turística nos habitats costeiros. E o alojamento não é mais do que uma autorização para estacionar uma campervan ou montar uma tenda em locais pré-determinados, onde as comodidades existentes se resumem a uma sanita e existe, regra geral, um casal de reformados que toma voluntariamente conta do espaço.

À chegada a Exmouth, conseguimos lugar em Tulki Beach para daí a dois dias, um dos no acampamentos localizados já dentro do Parque Nacional Cape Range, onde seríamos recebidos por Patrick e sua mulher. Até lá, ocupamos os dias a explorar praias belíssimas, como as de Janzs e Wobiri, que todos os anos são escolhidas por distintas espécies de tartarugas para desovar. Infelizmente, as últimas tartaruguinhas bebé tinham abandonado o conforto dos ovos há três ou quatro semanas, mas ainda assim foi um momento intenso: os três a dar um mergulho, num areal soberbo, que estava ali, à nossa exclusiva disposição. E a Pikitim foi a primeira a reparar no absurdo: “Já viram, uma praia tão bonita como esta e só aqui estamos nós?”

Acampamento rudimentar em Tulki Beach, no interior do Parque Natural de Cape Range
Acampamento rudimentar em Tulki Beach, no interior do Parque Natural de Cape Range

Foi uma sensação que experimentamos continuadamente, a de nos sentirmos esmagados pela imensidão e beleza superlativa dos lugares, desertos de gente. Que nos tornava únicos, mesmo em época alta. Em lugares como Yardee Creek, um desfiladeiro dentro do Parque Nacional Cape Range (onde continuamos a avistar termiteiras), era quase impossível não nos emocionarmos. São, talvez, as palavras simples, como as que saíram da boca da Pikitim, que melhor o descrevem: “Este lugar é mesmo bonito!”.  Uma beleza que não se descreve, sente-se. A aridez avermelhada, a rocha bruta, um rio a caminho da foz, um barquinho a navegar…

Mas, se Cape Range é bonito em terra, foram as águas do adjacente Parque Marinho de Ningaloo que ali nos trouxe. E, no mar, tudo é ainda mais estarrecedor. Em lugares como Lakeside, Oyster Sacks ou Turquoise Bay a vida subaquática é tão rica que muitos não hesitam em comparar Ningaloo com a mundial e justamente famosa Grande Barreira de Coral. Não raras vezes ouvimos até dizer que Ningaloo é “muito melhor”. Nunca estivemos na Grande Barreira de Coral, na costa oposta da Austrália, mas a proximidade da costa do recifes de coral em Ningaloo tornam-nos acessíveis de forma incrivelmente fácil. Assim sendo, não é preciso embarcar num veleiro e gastar fortunas para fazer snorkelling nas águas de Ningaloo. E, de máscara e snorkel na face, Ningaloo é absolutamente fascinante.

Para nós, só foi pena a Pikitim ter ganho algum receio ao snorkelling e quase nunca ter querido sair de terra firme. Pensamos que foi uns dias antes, já na Austrália, em alto mar, com uma ondulação demasiado forte que a assustou ao ponto de, num ápice, querer regressar ao barco para não mais de lá sair. Tirando isso, foram dias de prazer e tranquilidade.

Yardee Creek é um desfiladeiro deslumbrante
Yardee Creek é um desfiladeiro deslumbrante

Cape Range e Ningaloo transmitem uma imensa sensação de paz. A Pikitim ainda não o sabe verbalizar, mas o seu olhar revelou que também a sentiu. Por exemplo, quando vários pássaros se abeiraram da mesa de pequeno-almoço no acampamento de Tulki Beach e só o seu chilrear fazia coro com o marulhar das ondas. Tudo o resto era imensidão, beleza, silêncio. Ou quando, num pôr-do-sol magnífico avistamos a silhueta de um canguru no topo de uma duna, com o seu corpo preto contra tons laranjas, amarelos e vermelhos do céu fazendo pose para os humanos.

São imagens como essa que ficam de Cape Range e Ningaloo – um canguru, uma tartaruga, um tubarão, peixes de mil cores, corais de mil formas, desfiladeiros, praias desertas. Ou ainda a emoção de nadar com tubarões-baleia, um dos maiores habitantes dos oceanos. E isso, tal como a Pikitim sentiu ao avistar termiteiras, tem bem mais interesse ao vivo.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Austrália

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. sandra diz

    04.Jul.2012 em 08:07

    Parece-me realmente muito bonito 🙂

    Responder

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