O tempo passa a correr e nem nos damos conta. Já vamos com o mês de junho avançado, pelo que a temporada das Noites dos Pirilampos no Parque Biológico de Gaia já vai a todo o vapor. E não posso deixar de vos falar numa das experiências mais bonitas que vivemos de contacto com a natureza, aqui bem pertinho de casa. Eu própria não queria acreditar que era possível ver tantos pirilampos juntos.
Já foi no ano passado que vivemos essa noite verdadeiramente surpreendente. E se disser mágica, não estou a exagerar. Poderá ser exagero dizer que é magia ver toda a paisagem coberta de luzinhas, qual iluminação de natal, em noites de verão e tão próximo da cidade? Não creio. Parece magia mesmo.
Não temos fotos desse grande momento, porque disparar um flash seria meio caminho andado para assustar os bichos. E, nestas coisas da natureza, temos mesmo de respeitar as regras. Se não vos alertei logo para essa magia e essa fantástica experiência foi porque a temporada estava quase a acabar e sabia que as visitas estavam já todas esgotadas. Achei melhor não estar a chamar a atenção para algo que poucos poderiam fazer ainda esse ano. O problema é que agora me ia distraindo, e quase corro o risco de vos defraudar as expectativas e de virem a dar de caras com tudo esgotado de novo. Mas, mudei de estratégia, mais vale falar-vos do assunto, para que marquem, nas vossas agendas. E, garanto-vos, visita concretizada, a noite vai ficar-vos na memória.
Não digo que seja obrigatório repetir, ir ver os pirilampos ao Parque Biológico muitas vezes. Nós, por exemplo, não estamos a pensar ir de novo nos próximos tempos. Porventura, porque ainda temos muito viva na memória a imagem desse pequeno vale todo iluminado por incontáveis pontos de luz. O efeito surpresa não se repete numa segunda visita.
Para nós foi uma surpresa. Já tínhamos visto pirilampos, claro. A Pikitim também já tinha visitado uma gruta pejada de minhoquinhas que brilham na Nova Zelândia. Mas aqui foi diferente. Estávamos ao ar livre. Íamos ouvindo as explicações, sabendo a diferença entre os pirilampos machos e fêmeas, percebendo as diferentes formas que os animais (mesmo os mais pequenos de todos) têm para se adaptar à natureza, íamos percorrendo aqueles trilhos no meio do parque com os olhos já habituados à escuridão e sempre espantados (pelo menos eu) por estarmos estão perto da grande cidade quando parecíamos longe e isolados de tudo.
Até ao fim do mês, e de segunda a sábado, o Parque Biológico de Gaia recebe visitas às 22h00 para observação de pirilampos. Assim que as condições meteorológicas o permitam, haverá nessas mesmas noites observações astronómicas. Para os que, como nós, moram relativamente longe, dá para reservar jantar no self-service (reserva obrigatória). Vão até lá, e contem-nos como foi.
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