“Que o novo ano seja aquilo que precisam para ser felizes”. Esta foi a frase que um amigo escolheu para deixar os seus votos de Feliz 2013, colocada numa imagem cheia de vida, a de uma rua movimentada da cidade de Bologna, Itália, onde se vê um pai e filho (presume-se) de mão dada, a caminhar por uma rua. O autor da foto, Bernardo Conde, é um amigo recente. Mas a afinidade que sentimos quase o transformou, de imediato, num velho amigo de sempre.
Dinamizador da “Trilhos da Terra”, uma agência em Aveiro que promove workshops, tertúlias, viagens, Bernardo confessou que os presumíveis pai e filho que captou com a sua lente eram os elementos que mais o sensibilizaram na sua composição fotográfica, e admitiu que o seu relógio biológico parecia começar a dar sinal de vida.
Bernardo Conde é como eu. Precisa de viajar para ser feliz. Sair do lugar de conforto, conhecer novas geografias, provar novos sabores. O mundo das viagens é o seu mundo. Ainda não tem filhos. Mas, disse-me ele, agora sabe que não precisa de adiar a paternidade por causa dos países do mundo que ainda quer conhecer.
Aqui no Diário da Pikitim vamos falar-vos disso várias vezes. Muitas vezes. As vezes que for preciso. Quantas pessoas não adiam viagens e deslocações, porque se atiram de cabeça para uma outra viagem, bem mais definitiva: a de colocar uma criança no mundo. Da minha experiência, só posso dizer-vos que viajar com crianças é conciliar o melhor desses dois mundos. É continuar a ter asas para sair do ninho, e é ensinar as nossas crias a voar também. E é aprendermos com o voo delas.
Aqui está uma boa resolução para 2013. Pensar nos próximos destinos de viagem. Já para este ano.
Até onde estão a pensar levar os vossos filhos?
belmira diz
Olá! Tal como a Luísa (se me permite), preciso de viajar para ser feliz, por isso segui atentamente a sua viagem. Já fiz muitas viagens…mas continuo cheia de desejos de realizar outras. Nunca viajei tanto tempo como vocês…mas gostaria. Quem sabe um dia! O que me levou a comentar…já que sigo as vossas páginas é mesmo o tema….viajar com crianças. Eu tenho também uma filha, agora com 12 anos, que me acompanhou sempre nas viagens. Começou com 2 anos e meio e nunca me arrependi ou tive problemas com ela. As crianças adaptam-se facilmente e rapidamente se torna uma rotina…se o fizerem frequentemente. A minha filha é uma magnífica companheira…para além de ter uma enorme cultura geral e uma vivência do mundo enorme. Aliás, ela já está convertida e adora também viajar. Com 12 anos troca umas férias de praia por uma viagem para qualquer cidade! Para o próximo ano, vai realizar um curso de verão em Inglaterra e ficará por lá sozinha… e sei que não terá problemas porque a experiência de viajar tornou-a desenrascada. Claro que ela mal pode esperar. concluindo, viajar com crianças 100% sim.
Luísa Pinto diz
Olá Belmira (permito o Luísa, pois claro!)
Sinto-me obrigada a retribuir a sua concordância, a 100 por cento: as crianças são grandes, grandes companheiras. E quando viajamos com elas, não as estamos a levar apenas nas nossas asas, estamos a ensiná-las a voar. Não tenho dúvidas de que a sua filha se vai desenrascar bem em Inglaterra, aproveitar o curso de verão para aprender, conhecer… ser feliz. Não é isso que queremos todos?
Viajar é mesmo isso. É ter asas, é voar sempre.
Isabel diz
Boa tarde
Acompanhei a vossa viagem sofregamente e sonhei um dia poder fazer o mesmo, embora eu coloque muitos obstáculos, porque sou naturalmente pouco aventureira, penso sempre mais nos perigos que a mesma pode encerrar. No meu caso o meu emprego é o meu sustento e não poderei ausentar-me durante um ano sem quebrar o vínculo. Mas seguramente poderia ousar fazer viagens de férias com o meu pequenote. No meu caso tem pesado o fato de eu não ser fluente em inglês, embora saiba o básico, mas considero que isso será uma limitação. O que me diz Luísa dada a sua experiencia, é preciso ser fluente em inglês para nos aventurarmos com uma criança?
Luísa Pinto diz
Olá Isabel!
Obrigada pela sua pergunta. Esta tem uma resposta imediata. Não é preciso ser fluente em nada!!! Claro que arranhar inglês ajuda, mas não precisa de ser fluente. Aliás, em alguns países, o pouco inglês que sabe servir-lhe-ia de pouco, porque é mais útil, por exemplo, saber espanhol. E “portunhol” conseguimos falar todos, não é verdade?
Na verdade, e as crianças são as primeiras a mostrar-nos isso, não é preciso ter uma língua comum para conseguir comunicar.
Quando viajamos com crianças, as questões essenciais, ou aquelas que podem ser mais preocupantes, devem ser as questões de saúde, em que precisamos de sentir que somos compreendidos e que conseguimos perceber o que nos está a ser dito. A única vez que tivemos de levar a Pikitim a um hospital foi na Tailândia, na ilha de Koh Lanta. Fomos atendidos por um médico japonês (ou seria malaio, já não me lembro bem) mas antes dele, por várias enfermeiras tailandesas. O inglês, arranhado, foi a língua em que conseguimos comunicar, no meio da gritaria da Pikitim que não queria que lhe tocassem. Quando não há língua em comum, há gestos universais. Acredite, a língua é menos limitação do que o que imagina.
Outro aspeto relevante: diz-me que sabe o inglês básico, mas, por estar a pensar que não o sabe fluentemente, às tantas não o pratica. Viajar mais vezes pode ajudar a resolver isso. A Pikitim começou a arranhar o inglês. Quem sabe, com muitas viagens, tanto a Isabel como o seu pequenote começam a praticar até chegar à fluência ? (estou a brincar).
Boas viagens, com o seu pequenote!