Quando estamos a preparar as malas para fazermos uma viagem, seja ela longa ou curta, manda o bom senso que não despejemos tudo lá para dentro. Porque alguém vai ter de a carregar. O que serve para as nossas malas, e para os nossos haveres, também serve para os brinquedos das crianças. Mesmo que sejam eles a levar a sua própria mochila (que, diz-me a minha experiência, num momento ou noutro vamos acabar a carregar também), e que nos tentem convencer a meter só mais uma coisinha, porque não pesa muito e ainda cabe… temos de tentar, convictamente, não levar mais do que o necessário.
Preparar a mochila de criança para uma viagem de um ano pode, por isso, ser uma tarefa complicada. Eu achei, sobretudo, que foi bastante pedagógica. Ela demorou muito tempo a decidir o que meter na sua mochila mas, pelos vistos, fez a opções mais acertadas.
Foi nesse esforço de levar uma mochila leve que me empenhei em encontrar brinquedos de papel. Levei alguns impressos e muitos bookmarks no computador para poder ir imprimindo ao longo do caminho.
Mas a verdade é que não precisei de o fazer. Nunca necessitei de andar a arranjar máquinas para imprimir cenários e animais e objetos que se recortam, se pintam e se montam para as crianças brincarem. A Pikitim foi a primeira a arranjar a solução: “eu faço os cenários! eu desenho os gatinhos!”.
Não sei se foi necessariamente deste estímulo inicial, ou se tem a ver com a própria vocação da criança, mas a verdade é que o maravilhoso mundo dos brinquedos de papel faz parte integrante do mundo da Pikitim. Mesmo agora, que já estamos em casa, e não precisa de fazer triagens prévias ao que vai poder brincar nos próximos dias (ou horas), ela privilegia muitas vezes as suas próprias “criações” em detrimento dos muitos brinquedos, kits, e jogos que tem à disposição.
Gosta de marionetas e de inventar histórias, atrás de “teatrinhos” que monta no centro da sala empilhando cadeiras que tapa com um lençol. E as marionetas é ela própria que as cria. Precisa de um príncipe para a sua história, ou de um dragão, ou de um menino a jogar à bola? É simples: desenha-os, recorta-os e cola-lhes “um pauzinho de mexer os copos de café com leite” e ali está a marioneta, pronta a dar corpo à sua imaginação.
PS – Fui durante alguns meses cronista do portal Sapo Crescer – que entretanto mudou de nome, para Sapo LifeStyle. Por considerar que alguns textos permanecem actuais, e por já não os encontrar online, republico-os aqui.
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