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Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / “Pai, não é maravilhoso?”

“Pai, não é maravilhoso?”

19.Fev.2012 By Luísa Pinto 3 Comentários

Há escolhas felizes, e Koh Jum foi uma delas. A ilha encontra-se no ponto perfeito de desenvolvimento, um meio termo que preserva a autenticidade tailandesa sem o crescimento desenfreado a que chamam progresso visível noutros locais do sul do país. Uma delícia, Koh Jum – pelo menos por enquanto.

Daqui a uns anos estará porventura transformada numa nova Phuket, Railay ou Phi Phi, mas por ora os bungalows ainda são de madeira tosca, não há vendedores a incomodar nem água quente nos chuveiros, as garrafas de plástico não se acumulam no areal, boa parte das estradas não são alcatroadas, a poluição é residual e a actividade primordial não é beber cerveja – antes apreciar a natureza, relaxar, viver devagar.

Interior de Koh Jum, Tailândia
Interior de Koh Jum, Tailândia

Koh Jum não tem sequer uma língua de betão conquistada ao mar para fazer de ancoradouro na costa oeste da ilha, onde existe um longo areal e se concentra o alojamento em bungalows,  facto que torna as chegadas e partidas à ilha numa emoção. Isto porque a paragem dos ferryboats que ligam Krabi a Koh Lanta, e de permeio param ao largo de Koh Jum, faz-se em alto mar, em pontos predeterminados onde os passageiros saltam para pequenos barcos enviados pelos donos dos bungalows. Nós saímos na primeira paragem, mais a norte, cuja paisagem rochosa e selvagem é dominada pela montanha Pu que se eleva a pouco mais de 400 metros de altitude – o suficiente para ser notada.

Para quem, como Oon, vive em Pu, foi precisamente essa costa rochosa, o acentuado desnível e a protecção geográfica proporcionada pelas ilhas Phi Phi, adiante, que há sete anos lhes valeu por altura do tsunami que devastou a região. “Sim, já estávamos cá e, felizmente, não nos aconteceu nada”, contou, apontando para as ilhas que os olhos vislumbravam no horizonte: “As Phi Phi é que ficaram todas destruídas”, concluiu.  Oon é tailandês, casado com uma francesa e, juntos, construíram um refúgio acolhedor onde nos alojámos em Koh Jum.

Entardecer no OonLee Bungalows, norte de Koh Jum
Entardecer no OonLee Bungalows, norte de Koh Jum

A localização que o salvou no tsunami obriga-os – e a nós, visitantes – a demoradas deslocações, já que boa parte das praias, escolas, supermercados e demais infra-estruturas se situam na zona sul da ilha. Para quem não tem transporte próprio, uma viagem a Baan Koh Jum, a principal aldeia da ilha, ainda assim minúscula, implica uma caminhada pela praia, a subida até uma estrada de terra vermelha toda esburacada onde os tuk tuk não se atrevem a entrar e nova caminhada por entre seringueiras até um ponto designado por Magic Beach, onde um tuk tuk haveria de vir ao nosso encontro para nos levar por estradas de terra e placas de cimento até Baan Koh Jum (a principal estrada da ilha está ainda a ser construída, com velhos carris ferroviários a fazer de moldes onde assenta o betão – não asfalto).

Certo dia, estávamos na aldeia quando vimos uma mensagem cibernética: “Estamos a caminho de Krabi e depois de Koh Jum, hoje mesmo. Devemos chegar à ilha amanhã de manhã. Escrevam qualquer coisa ou telefonem.” Vinha assinada pela dupla Rafael e Tânia, amigos viajantes que empreendem neste momento uma viagem de bicicleta entre Portugal e Macau. O “hoje” tinha apenas dois dias – íamos a tempo. Ligámos e, horas depois, partilhávamos com a dupla ciclista as águas quentes e o extenso areal fino e branco de Long Beach, a maior praia do sul da ilha. E a Pikitim pode falar português com outras pessoas que não os pais.

À descoberta da ilha Bamboo
À descoberta da ilha Bamboo

Para além do reencontro com velhos amigos e do ambiente relaxado de Koh Jum que prende viajantes durante semanas a fio, em Long Beach havia também uma dezena de crianças de tenra idade, alemãs e nórdicas, parceiras ideais para brincadeiras na água com a Pikitim. Foi uma festa, portanto, e de novo os dias foram passados mar adentro, horas a fio. Num desses momentos, ao ouvir o nome das ilhas que pontilhavam o horizonte, a Pikitim espantou-se: “A sério que aquelas ilhas se chamam Pipi, mãe? Mas chamam-se Pipi como o meu ‘pipi’?”. E desatou à gargalhada.

Foi precisamente nas imediações das ilhas Phi Phi que a Pikitim se estreou no snorkelling, durante um dia inteiro dedicado a “ver peixinhos” num passeio de barco organizado a partir de Koh Jum. A correnteza estava um pouco forte para a petiza quando o barco ancorou nas proximidades da ilha Bamboo. A ideia de colocar uma máscara na face só foi aceite após alguma resistência, um primeiro mergulhar meio a medo, de olhos fechados, e então sim, perdido o receio, o mundo subaquático abriu-se-lhe diante das pupilas. Primeiro ao largo da ilha Bamboo e depois em plena Maya Bay, já dentro do Parque Nacional Marinho das ilhas Phi Phi e com o mar incrivelmente límpido e tranquilo, era vê-la nadar com o rabito espetado no ar e a cabeça submersa no oceano, em apneia, excitadíssima, gritando de contentamento enquanto observava uma miríade de peixes à sua volta.

As primeiras experiências de snorkelling da Pikitim nas ilhas Phi Phi foram momentos de pura magia
As primeiras experiências de snorkelling da Pikitim nas ilhas Phi Phi foram momentos de pura magia

Surpreendentemente, a Pikitim aguentava bastante tempo a fazer apneia – mais do que a própria mãe, aliás! – e, quando vinha à superfície, não demorava mais do que o necessário para encher o peito de ar. De uma das vezes que veio à tona, verdadeiramente deslumbrada com a descoberta do mundo submarino, virou-se com um olhar radioso para o companheiro de mergulho e, sem esperar resposta, perguntou: “Pai, não é maravilhoso?” [ver vídeo #4]. E de novo mergulhou a cabeça nas águas translúcidas de Maya Bay.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Tailândia

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. Rodrigo de Almada Martins diz

    21.Fev.2012 em 17:15

    Acompanho a crónica da Pikitim desde o primeiro dia. E, no Fugas, é sempre com alegria que leio as vossas aventuras nas mais diversas paragens deste planeta, tão grande e tão pequeno.

    Desejo aos 3 a continuação de uma grande viagem. Não deixem de nos dar notícias, sempre com a forma abrangente e multicultural como o vêm fazendo até aqui.

    Divirtam-se! Por cá, leio e releio os vossos relatos para me ir inspirando para viagens do mesmo género!

    Responder
    • Luísa Pinto diz

      22.Fev.2012 em 07:19

      Olá Rodrigo
      Muito obrigada pela simpática mensagem e sobretudo obrigada pela boa companhia que nos vai fazendo!
      Um abraço

      Responder
  2. Sandra diz

    27.Fev.2012 em 12:23

    Não consigo parar de ficar deslumbrada com o colorido da escrita e a forma como me transporta. Obrigada 🙂

    Responder

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Luísa Pinto durante uma viagem em famíliaSou mãe, jornalista, viajante e a autora deste blog. Conheça-nos

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