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Saúde em viagem

15.Dez.2011 By Luísa Pinto 9 Comentários

Prevenção de doenças pediátricas relacionadas com viagens*

«Chamo-me Aude Girard. O meu filho adorado, Aymeric, morreu com 7 anos, no dia 10 de maio de 2010 em Dakar, de um paludismo (plasmodium falciparum). Ele tinha dor abdominal e pouca febre. O médico diagnosticou um problema gástrico e não pediu um teste de despistagem de paludismo (malária). Morreu alguns dias depois.» Aude Girard (com o Dr. Strady) realizou um guia (em francês, inglês e alemão) que pode ser consultado em www.chasseurs-sans-frontieres.com.

A prevenção das doenças infecciosas relacionadas com viagens deve fazer-se muito antes e prolongar-se para além da viagem terminada.

Durante as viagens, as famílias aceitam correr riscos que numa situação normal não aceitariam: comer comida “duvidosa”, beber água não potável, beber diferentes tipos de álcool e em maior quantidade, usar meios de transporte locais sem cintos ou cadeiras próprias para crianças…

Quando se viaja, principalmente com crianças, deve-se estar informado sobre os locais de destino, assim como os riscos para a saúde desses mesmos locais. É prudente que, antes de uma família viajar, consulte informação recente sobre possíveis surtos de doenças, quer através das recomendações da World Health Organization (WHO) ou do U.S. Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

Vacinas para viagens internacionais

A imunização antes de uma viagem internacional tem dois passos: 1 0. Verificar a atualização do Plano Nacional de Vacinação (PNV) e 2 0. Vacinação específica para os destinos das viagens. Os reforços de vacinas em atraso devem ser feitos e alguma dose adicional de vacinas de rotina podem também ser necessárias (eventual reforço de sarampo para certos locais da Ásia ou de poliomielite para a índia ou África). Todas as crianças devem também vacinar-se contra a gripe segundo as recomendações habituais ou seja em caso de doença crónica ou se suscetíveis de complicações.

As recomendações relativas às vacinas dependem dos locais de destino, da duração da estadia, dos antecedentes médicos e de eventuais riscos a que a criança possa estar exposta.

Hepatite-A: esta vacina é recomendada a partir dos 12 meses, quando se viaja para países subdesenvolvidos e é altamente eficaz. A forma mais frequente de transmissão é de pessoa a pessoa, devido à contaminação fecal e alimentação (via fecal-oral).

Febre tifóide: a imunização anti-tifoideia aumenta a resistência à infeção por Salmonella Typhi, mas o grau de proteção conferido pelas vacinas atuais é limitado (eficácia de 50 % a 80 % segundo a Food and Drug Administration (FDA).

A vacina anti-tifoideia polissacárida (I.M.) pode-se administrar a partir dos 2 anos, mas a vacina de micróbios vivos atenuados (Via Oral) só está autorizada depois dos 6 anos. No entanto e apesar da vacina, os viajantes para zonas de risco devem saber que a vacina não substitui a seleção cuidadosa dos alimentos e das bebidas, assim como os legumes e o marisco serem cozinhados.

Febre-amarela: viajantes para alguns locais da América Latina ou África são também candidatos à vacinação. Uma dose da vacina feita pelo menos 10 dias antes da viagem é suficiente para conferir imunidade durante 10 anos e as crianças com idade superior a 9 meses que viagem a zonas de infeção endémica devem vacinar-se. Está contra-indicada a vacinação antes dos 4 meses de idade (risco de encefalite) e a decisão de vacinar as crianças entre os 4 e os 9 meses deve ser ponderada. Está também contra-indicada a vacinação de crianças alérgicas ao ovo já que a vacina contém proteínas de ovo.

Sarampo: a vacinação contra “sarampo + parotidite + rubéola” (VASPR -MMR) tem sido feita no PNV português aos 15 meses (talvez passe para os 12 meses). Em caso de viagem a zona de risco ou em caso de surto de sarampo, pode-se vacinar os lactentes de mais de 6 meses com a vacina anti-sarampo monovalente ou com a trivalente (VASPR-MMR). No entanto, a taxa de sero-conversão é baixa quando se vacina antes dos 12 meses pelo que devem ser revacinados aos 12-15 meses e aos 4-6 anos.

Varicela: a vacinação contra a varicela faz parte do plano vacinal dos U.S. A. há mais de 10 anos e deve realizar-se às crianças a partir dos 12 meses (exceto aquelas que tiveram a doença). Em Portugal existem 2 vacinas para a varicela (que não faz parte do PNV) e, embora não disponível em Portugal, também existe uma vacina tetravalente que para além da varicela, também vacina contra o sarampo + parotidite + rubéola (MMRV).

Encefalite japonesa: esta vacina pode estar indicada para viagens a alguns destinos na Ásia. O risco para estadias inferiores a 4 semanas e em centros urbanos é baixo e trata­-se de uma doença sazonal. A vacina está autorizada a partir dos 12 meses de idade e é possível obter informação atualizada sobre os lugares de transmissão do vírus da encefalite japonesa e sobre as recomendações de vacinação em www.cdc.gov/travel.

Infeção meningocóccica: a vacina tetravalente pode estar indicada para alguns destinos especialmente onde haja surtos (África subsaariana). A informação sobre os locais de risco e surtos está também disponível na CDC. A vacinação contra os meningococos faz parte do PNV a partir dos 3 meses.

Malária (paludismo): verdadeira praga, os mosquitos são vetores de várias doenças graves e na primeira linha está a malária. Por ano, de 350 a 500 milhões de pessoas são infetadas com malária (mais de 1 milhão morre). Não existe atualmente vacina contra a malária, embora exista prevenção e tratamento. Esta doença deve-se a um parasita (plasmodium) transmitido pela fêmea de um mosquito (anopheles) e esse mosquito “ataca” entre o pôr-do-sol e o nascer do dia.

Raramente se aconselha a prevenção medicamentosa da malária para estadias muito prolongadas, devido aos efeitos secundários potenciais. Por outro lado, essa profilaxia com medicamentos não é uma garantia absoluta contra a doença, mas aumenta a resistência do corpo à infeção.

Viajantes para zonas endémicas de malária devem ser devidamente informados pelo seu médico ou uma “consulta do viajante” sobre os métodos de prevenção, sinais e sintomas da doença e quando se deve procurar ajuda médica. A adesão a um esquema de quimioprofilaxia adequada é o fator determinante do êxito da prevenção. O medicamento mais importante na prevenção da malária para quem viaja para regiões onde não haja resistência à cloroquina, é a cloroquina; toma-se 1 vez por semana iniciando a prevenção 1-2 semanas antes da viagem e até 4 semanas após o regresso e é geralmente bem tolerada. Uma opção de prevenção para zonas cloroquina-resistentes pode ser a mefloquina cujo esquema é igual à cloroquina.

A decisão sobre a quimioprofilaxia compete, logicamente, ao médico assistente ou “consulta do viajante” (antecedentes médicos, local de destino, duração da viagem).

Saúde em viagem – Condições gerais

Apesar do principal objetivo da “consulta pré-viagem” ser a vacinação e a prevenção da malária, os acidentes e outras doenças infecciosas (tal como as diarreias e as infeções respiratórias altas) são as causas mais frequentes de morbilidade durante as viagens com crianças. Todos os que viajam com crianças devem ser informados sobre os cuidados com a alimentação, a rehidratação oral, a prevenção dos acidentes, a proteção solar, o jet-lag, os enjoos, os afogamentos, a segurança rodoviária e a “pequena farmácia” que devem levar.

A diarreia do viajante afeta 50% das crianças que viajam para países subdesenvolvidos. Pode ser prevenida com uma atenção especial à água e à alimentação. É de evitar água “duvidosa” não fervida e gelo, assim como fruta crua com casca e vegetais não cozinhados ou comida cozinhada conservada à temperatura ambiente e exposta às moscas.

A rehidratação oral (O.R.S.) é o principal tratamento para uma situação de diarreia moderada. Os pais devem vigiar a criança e se a situação se agravar (febre alta, sangue nas fezes, desidratação) devem levar a criança ao médico. Nos casos mais graves de diarreia do viajante, pode ser necessário um antibiótico e um medicamento para diminuir o trânsito intestinal (geralmente não aconselhado a menores de 6 anos).

O jet-lag é extremamente frequente quando se atravessam dois ou mais fusos horários e os sintomas podem durar uma semana ou mais, geralmente 1 dia por cada hora de mudança horária. Não existe atualmente qualquer tratamento conhecido para as crianças.

Para alguns destinos mais remotos e/ou viagens prolongadas é aconselhável fazer um seguro para “evacuação de urgência”.

Material médico para viajantes – “pequena farmácia“:

  • Antibiótico oral para diarreia do viajante (azitromicina)
  • Medicamentos anti-motilidade intestinal (Ioperamida)
  • Anti-piréticos / anti-inflamatórios
  • Anti-histamínico e cortisona orais e tópicos
  • Antibiótico e anti-fúngico tópicos
  • Escabicida
  • Termómetro e adesivos / pensos rápidos
  • Repelente de insetos e protetor solar
  • Saquetas para rehidratação oral
  • Desinfetantes para as mãos
  • Soro / seringas de plástico
  • Medicação crónica da criança (anti-convulsivantes, medicação para o coração, etc.)
  • Contactos do pediatra / médico assistente

 *Este texto foi escrito, a nosso convite, por Eduardo Gonçalves, o pediatra da Pikitim.

 

Arquivado em:Viajar Marcados com:saúde

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. Carla Dinis diz

    01.Jul.2014 em 17:15

    Olá!

    Gostaria de saber se já viajou com as suas crianças para Bali e se fez profilaxia.
    Obrigada.

    Responder
    • Luísa Pinto diz

      01.Jul.2014 em 22:45

      Olá Carla, boa noite!

      Sim, passamos por Bali durante a nossa viagem de volta ao mundo. Bali, aliás, foi o destino onde estivemos mais tempo. Três semanas. Não sei a que profilaxia se Refere- talvez a da malária??? A verdade e que, seguindo as recomendações do pediatra da Pikitim, que nos preparou a verdadeira farmácia, ela não precisou de tomar nada. E fomos para sítios bem mais problemáticos do que Bali – por exemplo, Filipinas e Vanuatu. E correu tudo muito bem.

      Responder
      • Carla Dinis diz

        03.Jul.2014 em 14:27

        Olá!
        Sim, referia-me à malária. Vou com duas crianaçs, uma com 4 feitos no domingo e outra com 6 feitos há 15 dias. O pediatra mandou tomar a vacina da hepatite A. Vamos para o clubmed, mas como vamos quase 3 semanas vamos alugar carro e andar pela ilha. Todos os sites dizem que Bali e Java têm grande incidência de malária. Claro, isso deixa-me pouco tranquila… Também a questão da alimentação fora do resort deixa-me preocupada… Que cuidados tomou com a pequena?
        Nós já fomos com eles para a República Dominicana, para o Brasil e claro aqui na Europa, mas esta é aprimeira vez que me aventuro para um sítio onde todos os insectos são potenciais “monstrinhos” 🙂
        Obrigada.

        Carla

        Responder
        • Luisa Pinto diz

          03.Jul.2014 em 14:36

          Olá, Carla. Ás vezes ler demais faz mal. Não fique demasiado intranquila. Nós andamos por Bali três semanas, e por Java outro tanto (Yogyakarta, Borobudur, Bromo) e acredite, não houve nenhuma situação complicada de picadas. Claro que a Pikitim dormia dentro de mosquiteiros, claro que usávamos repelente. Mas nem por isso roupas muito compridas. Em bali, e em Ubud, que é a zona central da Ilha não havia problema nenhum. Vai correr tudo bem. Nós também fizemos muitas refeições fora, sem problema. Quer dizer, o problema que às vezes tínhamos era a comida ser muito picante, por mais “no spicy, no hot” que nós pedíssemos! Vão gostar muito, Carla, tenho a certeza!

          Responder
          • Carla Dinis diz

            12.Ago.2014 em 11:46

            Obrigada Luísa! Nem imagina como é reconfortante ler as suas palavras. Eu adoro viajar e claro comigo os cuidados são os de qualquer viajante. Na ásia ainda só estive na Malásia, por isso esta será a minha segunda experiência por terras orientais 🙂
            Mas confesso que com os miúdos não consigo ser tão descontraída… Provavelmente tem razão, leituras a mais do que pode correr mal e poucas do que corre bem…
            Quero que seja uma experiência inesquecível e enriquecedora para eles.
            Prometo que venho aqui dizer como correu 🙂
            Obrigada!

  2. belmira diz

    29.Mai.2015 em 21:46

    Então Carla Dinis….como correu a viagem por bali? Tudo bem. Não fez a profilaxia e correu tudo bem certo? Pergunto porque vou este ano e também não me apetecia fazer.
    Obrigada

    Responder
  3. belmira diz

    29.Mai.2015 em 21:47

    ntão Carla Dinis….como correu a viagem por bali? Tudo bem. Não fez a profilaxia e correu tudo bem certo? Pergunto porque vou este ano e também não me apetecia fazer.
    Obrigada

    Responder
  4. Silvia diz

    29.Jun.2015 em 00:46

    Olá! Também estou curiosa e gostaria de saber como foi a viagem de Carla Dinis com as crianças. Aguardo notícias!! 🙂

    Responder
  5. Gata Balinesa diz

    16.Set.2015 em 21:23

    Oi! 🙂 sou nova aqui e gostaria de lhe avisar uma coisa: aqui na minha cidade de tempos em tempos tem surto de chikungunya, um vírus que parece dengue, mas não é. Eu tive isso e fiquei cinco meses de cama, é horrível, dá muitas dores nas juntas, parecia que meus ossos iam quebrar 🙁 passa repelente na pikitim se quiseres evitar isso. Não estranhe meu jeito de falar (ou escrever, no caso) hahaha é que não sou portuguesa, mas sei falar o idioma. E como é Vanuatu? Sempre tive curiosidade em conhecer um pouco sobre lugares mais isolados e menos turísticos 😉 então, você pode me dizer como é Vanuatu e o que tem para fazer por lá?

    Responder

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