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Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / Sentosa de plástico

Sentosa de plástico

24.Jan.2012 By Luísa Pinto 3 Comentários

Dedicamos um dos últimos dias da nossa curta estadia em Singapura à ilha Sentosa. Foi a alternativa ao plano inicial, que era levar a Pikitim a fazer um pequeno trilho junto à copa das árvores: o tree top walk na Reserva Natural MacRitchie. Mas os corpos ainda acusavam muito o jet lag, e o plano que implicava quatro a cinco horas de caminhada acabou por nos parecer demasiado pesado. Um passeio na ilha Sentosa seria potencialmente prazenteiro e fisicamente menos exigente.

O parque de Sentosa é uma ilha situada ao sul de Singapura com pouco mais de cinco quilómetros quadrados. E foi transformada num parque de diversões – sem que com isto se deva pensar que há qualquer semelhança com os muitos parques temáticos que há pelo mundo. Sim, também tem um parque de diversões temático (é lá que está instalado o parque da Universal Studios, onde se pode conviver com as personagens dos filmes Shrek e Madagascar), mas é muito mais do que isso. Sentosa é antes casa de muitas outras atrações, e para quase todos os gostos. Por exemplo, o Marine Life Park, ainda por abrir, apresentado como um dos maiores oceanários do mundo com o maior rio de floresta tropical jamais construído pelo homem.

Este rio (que nós não fomos ver, porque tudo em Sentosa se paga e nós, em termos de pagamento, ficamo-nos pela entrada no recinto, que custa dois dólares por pessoa) pode ser um bom exemplo do que é Sentosa, e, numa escala maior, do que é toda a cidade-ilha-país de Singapura: tudo é perfeito, mas tudo artificial. Não diremos artificialmente perfeito (porque as coisas, de facto, funcionam, e quem transgride é penalizado), mas não nos deixa esquecer que, de alguma maneira, tudo é fabricado, nada é natural. A cidade de Singapura pareceu-nos, muitas vezes, um gigantesco centro comercial, onde tudo está planeado e arquitetado e tudo é zelosamente gerido por uma qualquer administração. E a comparação com os centros comerciais é real e não forçada, já que é possível andar quilómetros no subsolo, entre redes de metro e túneis de acesso a estes centros comerciais.

Por exemplo: uma das formas de entrar no recinto de Sentosa é utilizando um pequeno comboio (“ó mãe, não há ninguém a conduzir este comboio!”, reparou logo a sempre atenta Pikitim), transporte esse que se apanha… no terceiro andar de um centro comercial (o VivoCity). A outra forma de entrar em Sentosa é percorrendo a pé um passadiço que nos deixa vislumbrar a intensa atividade do porto de Singapura, uma das maiores potencias económicas não só do país, mas de toda a região. Foi o que nós optámos por fazer. E esse percurso não escapa ao paradigma da falsidade irrepreensível: ao longo dos poucos mais de 1.500 metros, o troço tem passadeiras rolantes para poupar as pernas dos mais preguiçosos e está decorado com paisagem e vegetação a simular vários ambientes marinhos. Tudo perfeito, tudo artificial.

O recinto funciona como um gigantesco condomínio fechado, onde há hotéis, campos de golfe, spas (como alguns dos famosos fish spa, um tratamento que consiste em mergulhar os pés num tanque onde pequenos peixinhos se dedicam a remover as peles mortas com as suas mordidelas), museus, parques naturais e parques de diversões. Pior: tudo foi idealizado não apenas para que os visitantes se sintam bem mas, sobretudo, para que consumam.

Brincadeiras na praia Palawan, ilha Sentosa
Brincadeiras na praia Palawan, ilha Sentosa

Exemplo? O nosso único objetivo real em Sentosa era conhecer a praia (artificial) de Palawan, mas o percurso a pé não estava sinalizado – a sinalética na Beach Station do Sentosa Express apontava para uma casinha onde se alugavam Segway. O acesso à praia de Palawan funciona na perfeição para os que entram na ilha através do Sentosa Express e posteriormente apanham um autocarro no recinto (ou alugam as tais Segway). Para os que querem passear a pé, sem gastar dinheiro, não.

Alheia a todos estes paradoxos, para a Pikitim a ilha de Sentosa era apenas mais um sítio para correr e saltar. E estava feliz. Mas o que foi, então, para a Pikitim, “o maior parque de diversões da Ásia”? Foi, sobretudo, o sítio onde se estreou nos mares asiáticos, e onde experimentou, pela primeira vez, a água quentinha destas paragens. E foi o sítio onde disse que havia uma “ilha dos piratas”, com uma casinha na árvore, que era acessível por uma ponte suspensa. A ilha dos piratas era, afinal, aquilo que era indicado como o ponto mais a sul da Ásia continental, na praia de Palawan; e a casinha na árvore foi o miradouro onde a Pikitim quis subir e espalhar as suas Polly Pocket para mais um momento de brincadeira.

Tínhamos lido varias opiniões sobre Sentosa. Os que diziam que uma visita a Singapura não ficava completa sem uma incursão a esta ilha; e outras que diziam que Sentosa, afinal, queria dizer “So Expensive and Nothing TO See Also” (tradução: “tão caro e nada para ver”). No final, Sentosa só não desiludiu porque as expectativas eram quase nulas. Mas a verdade é que também não convenceu. É o exemplo acabado de um mundo de plástico.

 

[O site oficial da ilha Sentosa está acessível em www.sentosa.com.sg]

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Singapura

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. Ana diz

    24.Jan.2012 em 17:19

    Os mundos de plástico asiáticos fazem certamente parte da experiência. Imagino que se viva numa dimensão muito diferente nessas gigantescas cidades!

    Responder
  2. sandra diz

    25.Jan.2012 em 08:44

    Obrigada pelo relato 🙂

    Responder
  3. Papgena diz

    30.Jan.2012 em 00:05

    Bem…nem sei que diga! É impressionante! Gostei de ler e saber que existe mas estou com dificuldade em ‘visualizar’! Parece tirada do ‘admirável mundo novo’ (e eu nunca gostei do raio do livro! :P)

    Responder

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Luísa Pinto durante uma viagem em famíliaSou mãe, jornalista, viajante e a autora deste blog. Conheça-nos

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