• Contactos

Diário da Pikitim

Viajar com crianças

  • Início
  • Viajar
  • Educar
  • Famílias Vagamundos
  • Volta ao Mundo
    • O projeto
      • Itinerário
      • Clipping
    • Fotos
      • Singapura
      • Tailândia
        • Koh Yao Yai
        • Railay
        • Koh Jum
        • Koh Lanta
        • Koh Muk
      • Malásia
        • Langkawi
      • Filipinas
        • Manila
        • Puerto Princesa, Palawan
        • El Nido, Palawan
      • Indonésia
        • Java
      • Desenhos da Pikitim
    • Vídeo
    • Diário
Você está aqui: Home / Volta ao Mundo / Skydive, um mergulho nos céus de Taupo

Skydive, um mergulho nos céus de Taupo

15.Ago.2012 By Luísa Pinto 7 Comentários

Estávamos no cima do monte Bob, em Queenstown, a contemplar a magnífica paisagem do lago Waikatipu e das montanhas The Remarkables. E começamos a ver o primeiro salto de parapente; depois o segundo, logo a seguir o terceiro. A Pikitim suspirou: “deve ser tão bom ver a paisagem de lá de cima, como se andássemos a voar”. Eu suspirei de seguida, e confessei que sempre tive esse sonho e vontade: experimentar a sensação de voar, de sentir o céu na cara e debaixo dos pés, de preferência a elevadas velocidades. Era vésperas do meu 37º aniversário, e pai e filha decidiram ali qual seria a forma de me surpreender: oferecendo-me um mergulho no céu.

A oferta de experiências de skydive existe em muitos locais da Nova Zelândia – inclusive na cidade de Queenstown, onde então estávamos. Mas decidimos esperar pela chegada ao local onde mais saltos se fazem em todo o país, e onde a paisagem é reconhecida como notável: o maior lago da Australásia e a cidade de Taupo. Desde que soprei à vela enfiada num saboroso queque de laranja e chocolate, até que concretizei o sonho de mergulhar nos céus passaram-se mais de três semanas. Mas valeu bem a pena a espera.

No dia em que realizei o salto, estava céu limpo e pouco vento, e as condições de visibilidade eram, por isso, perfeitas. No solo, e antes de nos começarmos a preparar para a subida, alguns membros da empresa iam dando indicações sobre como tudo se iria passar: nós poderíamos escolher entre saltar a 9, 12 ou 15 mil pés de altitude (naturalmente, consoante a altitude que escolhêssemos, maior ou menor tempo em queda livre poderíamos desfrutar).

A queda livre faz-se até à marca dos 5 mil metros, altura em que o paraquedas se abre. E aproveitaram para avisar que de um salto a nove mil pés a sensação de queda é muito rápida, mal temos tempo para a apreciar. Num voo de 12 mil, é quando nos começamos a habituar à velocidade que o paraquedas abre; e que no salto a partir dos 15 mil pés poderemos aproveitar melhor a sensação da queda livre, já que temos tempo para nos habituar à velocidade, e para melhor usufruir da descarga de adrenalina que, inevitavelmente, iríamos sentir. Depois vieram as explicações.Com este tipo de argumentos, é difícil resistir a optar pela solução mais cara e saltar dos 15 mil metros.

Comigo iria Brad, instrutor da Taupo Tandem Skydive, um brincalhão que saltou a primeira vez há 23 anos – mas que me respondia que já saltava todos os dias há quase três semanas e que lhe faltava só mais um salto para poder fazê-lo sozinho. Ir com alguém experiente e com elevado sentido de humor deixou-me ainda mais bem-disposta e animada. Estava mais do que preparada para a maior experiência com adrenalina da vida.

O voo até aos 15 mil pés durou pouco mais do que 15 minutos – só havia dois clientes no avião e por isso ele estava mais leve do que o habitual. Foi durante esse quarto de hora que me permiti contemplar a paisagem a perder de vista. Subimos tão alto que era possível ver ambos os lados (este e oeste) da ilha Norte, tendo aquela enorme massa de água bordejada pelas montanhas nevadas e os vulcões que integram o chamado anel de fogo do Pacífico Sul a nossos pés.

Foi quando Brad me tocou no ombro e pediu para me sentar em cima dele. Literalmente. Era a hora de deixar que aquele desconhecido se amarrasse a mim pelas costas. Deu-me de seguida umas luvas para calçar e pediu-me para colocar uns óculos. Respirei fundo, estava pronta.

Primeiro saltou Taksim, uma britânica de Cornwell, depois de ter pedido ao seu instrutor para não fazer demasiadas acrobacias. Brad não me perguntou nada, e eu também não o condicionei. Mas tinha percebido que quanto mais “piruetas” com o paraquedas fossem dadas, mais rápido chegaríamos ao chão. Eu não queria que o voo fosse mais curto, mas também não queria deixar de experimentar as piruetas. Não lhe disse nada. E Brad nada me disse.

Imagino que esperou para ver a minha reação no ar para perceber até onde poderia ir. A única indicação que me deu foi a de que deveria segurar umas fitas que me seguravam junto aos ombros, até que ele me avisasse para o deixar de fazer: a partir de então já podia abrir os braços, fazer o pino, o que quisesse…. “E gritar, posso?”, perguntei eu.

Tal como a Pikitim gosta de dar gritinhos de “weeheeeeee!” quando anda de carrossel ou quando a estrada faz uma descida abrupta. Sei o quão bem sabe dar um grito, de vez em quando. “Sempre que quiseres!”, respondeu ele. “Ninguém te vai ouvir. Só eu. Podes insultar quem quiseres! Até a mim. Prometo que não me esqueço de abrir o paraquedas”, brincou.

A Taksim já tinha desaparecido de dentro do avião e eu sem quase dar por ela. “Our turn now!”, gritou Brad (sim, é preciso gritar, que o avião não tem portas e o barulho é muito). Já estava empoleirada com as pernas de fora do avião, sentada em cima de Brad quando ele me diz “Look here! Smile”, e o resultado é a foto que veem em cima.

Saltamos. Foi brutal. A sensação de velocidade é quase aterradora (200 quilómetros / hora), o vento gelado corta a cara, os dedos parecia que iam saltar das mãos (nem parecia que tinha luvas polares!) e adrenalina era tanta que só apetecia gritar. É impossível não o fazer, porque sabia tão, tão bem! Estar com a boca toda aberta, a projetar sons ininteligíveis… e a sentir aquela enorme massa sob nós.

De repente, chegamos aos 5 mil pés, o paraquedas abre e nós travamos tão abruptamente que parece que ficamos parados no céu, sentados. Como se estivéssemos empoleirados num trono altaneiro, ou no cadeirão na primeira fila para contemplar um espetáculo único. “Welcome to my office!”, gritou-me Brad. “You lucky bastard!”, respondi-lhe.

Do escritório do Brad a paisagem é deslumbrante. E a descida de paraquedas, ainda sob o efeito do pico de adrenalina sentido com a queda livre é indescritível. Sublime. O Brad começou a balançar, para a esquerda, para a direita… e eu senti-me como um dos muitos falcões que já havíamos visto pelos céus da Nova Zelândia. “I can fly!”, apeteceu-me gritar. O Brad ria-se. Agora já sabia qual era a sensação de comer o céu, senti-lo em todas as partes do nosso corpo; e a de planar majestaticamente, como fazem as aves de rapina. Era ainda melhor do que havia imaginado.

O chão aproximava-se cada vez mais, e eu não tinha nenhuma indicação sobre o que deveria fazer. Nem é preciso. É instintivo. Sentimos quando devemos tocar com os pés no chão, e somos impelidos a correr um pouco, até cair.

“Are you ok?”, perguntou-me Brad. Claro que sim, respondi eu. Tanto, e tão bem, que até gostava de ir lá acima atirar-me de um avião outra vez. Ainda não me tinha levantado do chão e já a Pikitim se abraçava a mim, com um desenho na mão. Enquanto eu fui às nuvens e voltei, ela ficou em terra, agarrada aos marcadores para registar o meu salto. Está tudo lá, no desenho. Pudesse ele passar a emoção que a mãe sentiu lá em cima, e estaria perfeito.

Desenho da Pikitim sobre o skydiving da mãe
Desenho da Pikitim sobre o skydiving da mãe

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Nova Zelândia

Planeie as suas viagens com crianças

Voos baratos
Procurar hotéis
Seguro de viagem


Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. calita diz

    15.Ago.2012 em 20:39

    Que maravilha!!!!!! quando é que podemos ver o desenho da Pitikim? Vamos poder ver alguns dos desenhos dela, não vamos?

    Responder
  2. Cris diz

    15.Ago.2012 em 21:47

    Luisa, adorei! A melhor descrição de skydive que alguma vez li.
    E que sorte, teres visibilidade de este a oeste da ilha!
    Fantástico!!
    Bjinhos para os três, continuação de boa viagem!

    Responder
    • Luísa Pinto diz

      17.Ago.2012 em 00:32

      Obrigada, Cristina

      Responder
  3. sandra diz

    16.Ago.2012 em 12:50

    Amei a descrição.
    A Luísa encanta-me sempre com a sua escrita, devia de escrever livros. Estou à espera de um livro sobre as viagens da Pikitim com desenhos dela – se o Gulliver teve direito e ninguém o conhece de lado nenhum a nossa menina é a nossa heroína que nos faz sonhar :)))

    Responder
    • Luísa Pinto diz

      17.Ago.2012 em 00:33

      Vamos pensar nisso com todo o carinho… Se pensarmos em mais leitoras entusiasmadas como a Sandra,não temos como não o fazer! Ehehe

      Responder
  4. Cristina Cardoso diz

    03.Nov.2012 em 09:52

    Olá Luisa,
    Ao ler o artigo fiquei bastante melancólica, poi foi também no meu aniversario (ha 5 anos) que saltei de paraquedas, no mesmo sítio do que tu, em TAUPO. Que saudades… Felicidades!

    Responder
    • Luísa Pinto diz

      03.Nov.2012 em 17:26

      Olá Cristina
      Eu também já saltava outra vez 😉
      Beijinhos

      Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Olá, sou a Luísa

Luísa Pinto durante uma viagem em famíliaSou mãe, jornalista, viajante e a autora deste blog. Conheça-nos

Últimos posts

  • Uma coroa de margaridas, e uma linda mensagem anti-bullying
  • Yes we can
  • Famílias VagaMundos #24: Catarina Freitas e tripulantes do El Caracol
  • E este ano lá vamos nós ao Andanças
  • Diário de viagem #22: Os Golfinhos de Monkey Mia

Últimos comentários

  • Inês Rodrigues em Apanhar conquilhas na Culatra
  • Rui Ribeiro em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • Rui Ribeiro em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • macwintech em Serra da Estrela – Uma ida à neve e uma má experiência na restauração
  • silva em Andorra com crianças: as dicas de Isabel Sofia Silva

Onde dormir bem

Na Hotelandia estão a melhores recomendações em Portugal. No Booking encontram soluções para qualquer parte do mundo.

Hotelandia

Os nossos sites de viagens

  • Alma de Viajante
  • Hotelandia
  • Rostos da Aldeia

Sobre nós

Gostamos de viajar. De brincar ao ar livre. De ter tempo de qualidade em família. De dormir em casinhas nas árvores. De percorrer países em casas com rodas. De viajar de avião. De andar de comboio. De conhecer pessoas novas. De ter amigos de culturas diferentes. De não gastar muito dinheiro.

Sobre · Contactos

Vale a pena ler

  • Saúde em Viagem
  • Dicas para evitar o jet-lag
  • Viajar de avião com crianças
  • 5 Erros a evitar no planeamento
  • 10 dicas para uma mochila mais leve
  • Como tornar uma viagem mais barata
  • Bilhetes de Volta ao Mundo: comprar ou não

Redes Sociais

O Diário da Pikitim está presente nas principais redes sociais. Acompanhe-nos no Facebook e no twitter, e viaje nas fotos que deixamos no Instagram e nos boards do Pinterest .

  • Bloglovin
  • Facebook
  • Instagram
  • Pinterest
  • Twitter
Copyright © 2021 · Diário da Pikitim - viajar com crianças · Todos os direitos reservados · Política de Privacidade · Contacte-me