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Dormindo num parque de estacionamento em Wellington, sobre uma fenda na “casquinha” da laranja

29.Jul.2012 By Luísa Pinto 1 comentário

A boca estava caída de espanto. A Pikitim olhava fixamente para o vídeo que explicava como era a superfície da terra há mais de cem milhões de anos, e como os atuais grandes continentes do hemisfério sul (África, Antártida, América do Sul, Oceânia) estavam todos juntos num único bloco de terra firme, chamado Gondwana. Quis ver o vídeo várias vezes seguidas e só depois balbuciou as primeiras palavras: “Então foi assim que aquela parede que vimos no glaciar viajou da Austrália até à Nova Zelândia. Agora percebi como é que atravessou o mar”, sentenciou ela, referindo-se à impressionante falésia de pedra, tão retilínea que parecia cortada a rebarbadora, que delimita o acesso à cabeça do glaciar Fox e onde estivéramos semanas antes. Na altura, parecia-lhe impossível uma montanha “viajar” pelo mar; agora, com os vídeos, tinha finalmente percebido o movimento das placas tectónicas. Estávamos no muito didático e interativo museu Te Papa Tongarewa, em Wellington, capital da Nova Zelândia, onde a Pikitim se divertiu muito e aprendeu outro tanto.

A marginal da boémia Wellington, zona onde se encontram muitos bares e restaurantes
A marginal da boémia Wellington, zona onde se encontram muitos bares e restaurantes

Durante a estadia na Nova Zelândia falamos muitas vezes de forças da Natureza. Glaciares e vulcões, lagos profundos, marés e terramotos. Agora, nas muitas salas do museu Te Papa, e sobretudo no piso que está dedicado às “awesome forces” da Natureza, a Pikitim demonstrou que tinha apreendido muita coisa, mesmo usando a sua terminologia simples. O centro da terra é “uma bola de fogo”, que está coberta por várias cascas, como se fosse uma laranja. “Às vezes a bola de fogo fica quente demais, e quer sair de lá do meio, como se fosse a espirrar” e, por isso, “faz a casquinha tremer e ficar com buracos”. E esses “buracos” são os vulcões. Estava encontrada a explicação para os terramotos. Quando entrou dentro do simulador onde pôde sentir os efeitos do terramoto de Edgecombe (que sacudiu a pequena cidade da ilha Norte em 1987 e atingiu a escala de 6,3 na escala de Ritcher) a Pikitim ficou muito impressionada.

Não lhe foi indiferente saber que Wellington, onde estávamos, se situa mesmo por cima de uma falha sísmica (que é como quem diz uma fenda na casquinha). Mas no museu aprendeu algumas técnicas para minorar os estragos em casa – incluindo salvar os peixes do aquário – e isso tranquilizou-a.

Interior do fascinante museu Te Papa
Interior do fascinante museu Te Papa

Em Wellington já há prédios altos, e esse foi o primeiro impacto que a Pikitim sentiu quando chegamos a Wellington, ao fim da tarde, depois de desembarcar do Interslander, o ferry que faz a belíssima viagem entre Picton (no coração de uma magnífica zona de fiordes conhecida como Marlborough Sounds), na ilha Sul, e a capital do país, foram precisamente as casas. Ou, no caso, os prédios, que via pela primeira vez em várias semanas. “Uau! Esta cidade é mesmo bonita!”, exclamou a Pikitim, maravilhada pelas tonalidades laranja que refletiam as janelas dos edifícios envidraçados.

Foi no meio deles que estacionámos a nossa autocaravana, bem no coração de Wellington. “A nossa casa é o máximo”, disse a Pikitim, mal desligámos o motor da autocaravana. Na verdade, a nossa casa era “apenas” um parque de estacionamento com uma casa de banho por perto. Tínhamos reservado duas noites no Wellington Waterfront Motorhome Park e lido tudo o que de bom e de mau anteriores visitantes tinham dito sobre ele. Que não é um verdadeiro parque de caravanas (porque não tem cozinha, nem espaços comuns), que está muito exposto aos ruídos do trânsito, que não tem segurança noturna. Mas a localização perfeita, com a possibilidade de fechar o carro e começar desde logo a percorrer a pé as curtas distâncias que o separa dos principais pontos da atração da cidade, convenceu-nos.

Vale a pena experimentar o elétrico de Welington
Vale a pena experimentar o elétrico de Welington

Começamos nesse mesmo fim de tarde a percorrer o cais de Wellington, contemplando os muitos bares e restaurantes que animavam a beira-mar, deixando-nos surpreender pela quantidade de pessoas que fazia jogging ou bebericava um copo ao ar livre, mesmo quando o vento estava em modo cortante. Atravessámos a ponte pedonal “da cidade para o mar” para chegar ao centro cívico, e prometemos à Pikitim que haveríamos de lá voltar com a luz do dia para rever as muitas esculturas de madeira que embelezavam a ponte.

E assim descobrimos, desde logo, que Wellington é uma cidade muito agradável para percorrer a pé. É suficientemente grande e diversa para merecer o epíteto de capital, mas é suficientemente concentrada para deixar à distância de uma curta e aprazível caminhada todos os sítios que gostaríamos de visitar. Todos, menos um: há um percurso que recomenda a tomada de um elevador, parecido com aqueles que sobem as colinas de Lisboa. O Wellington Cable Car faz a ligação até ao topo da principal colina da cidade, onde está instalada uma universidade, um simpático jardim botânico e um belo miradouro. Quando subíamos no elevador e se apercebeu que na direção oposta vinha um outro veículo a descer, a Pikitim ficou preocupada. “Como é que nós vamos passar por aquele elevador que está a descer? Temos de ir contra ele? Não nos vamos magoar?”. Teve a resposta momentos depois, e percebeu que há um ponto em que a linha se divide e os elevadores se cruzam.

Caminhada pelo Jardim Botânico de Wellington até ao centro da cidade
Caminhada pelo Jardim Botânico de Wellington até ao centro da cidade

Apesar de inicialmente ter pedido para descer a colina pelo mesmo elevador, não foi difícil convencê-la a regressar à “baixa” da cidade a pé, descendo pelo jardim botânico e completando uma das propostas de passeios pedestres existentes na cidade, claramente marcado com flores cor-de-rosa pintadas no chão que a Pikitim se encarregou de ir desvendando. O passeio termina na zona dos edifícios governamentais, bem perto do mais famoso de todos eles, o Beehive, que deve o nome às suas parecenças com uma colmeia.

Com caminhadas, brincadeiras em jardins públicos, refeições em restaurantes (que novidade!) e entradas em museus, foram dias bem passados em Wellington. Nunca mais ninguém se lembrou que estávamos a dormir “mesmo por cima de uma fenda na casquinha”.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:Nova Zelândia

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

Comentários

  1. sandra diz

    01.Ago.2012 em 11:14

    Ahahahahhh deixa estar Pikitim que eu também já apanhei sustos desses e volta e meia estou distraída e faço-me exactamente as mesmas perguntas: ” “Como é que nós vamos passar por aquele elevador que está a descer? Temos de ir contra ele? Não nos vamos magoar?”

    Responder

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