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O país das pedras quadradas, dos montes vermelhos e das árvores sem fim

05.Nov.2012 By Luísa Pinto Deixe um comentário

Na imaginação de uma criança, uma montanha deve ser quadrada no topo porque só assim é possível fazer bonecos de neve sem o risco de eles se desequilibrarem. Tivemos essa conversa com a Pikitim ainda na Nova Zelândia, onde, no início do Outono, ela apenas conseguiu ver neve à distância. “Olha ali aquela montanha, tem neve. Mas é muito bicuda. Não posso fazer lá um boneco de neve, que ele vai escorregar e cair. Temos de procurar um sítio quadrado”, disse, na estrada entre o lago Tekapo e o Monte Cook, na ilha sul. Até que nos aproximamos da montanha e, naturalmente, apercebeu-se que, afinal, o terreno é bem menos inclinado do que parece. Por isso, a Pikitim nunca mais pensou nas montanhas quadradas. Até que chegou ao Parque Nacional de Yosemite.

“Afinal, há montanhas quadradas mesmo!”, exclamou mal chegada ao Glaciar Point, um dos mais espectaculares miradouros do parque e cujo estrada de acesso merece, por si só, uma visita. Sentada numa “pedra quadrada e branca”, a Pikitim deixou o olhar perder-se no horizonte para ver planaltos “lisos e branquinhos” [o granito predomina] e desfiladeiros abruptos e “direitinhos” [leia-se rectilíneos]. “Parece que veio aqui um gigante e cortou aquela pedra ao meio”, brincou, apontando para o Half Dome, uma das mais emblemáticas formações rochosas de Yosemite.

As pedras de Yosemite impressionaram a Pikitim, por serem “tão altas”, “todas brancas” e “muito, muito direitinhas e quadradas”.

A partir do Glaciar Point, todo o vale de Yosemite está ali, ao fundo, pequenino, diante dos nossos olhos, moldado pela prolongada acção da água e do gelo ao longo dos tempos, desenhando desfiladeiros estreitos e deixando cascatas espalhadas por onde o olhar alcança.

Pikitim no Yosemite
A Pikitim procurando “escaladores” no Half Dome, parque Yosemite

Lá do topo, vislumbravam-se “uma estrada, um rio e umas casinhas lá ao fundo”, observou a Pikitim. Uma vez detectada a estrada, não teve duvidas sobre o que queria fazer: “Dá para ir até lá abaixo. Podemos ir?”.

Foi o que fizemos no dia seguinte, quando nos aventuramos pelo vale de Yosemite e descobrimos um par de praias fluviais de grande beleza. “Este deve ser um dos sítios mais bonitos onde já fizemos um piquenique, não acham?”, perguntou a Pikitim ao almoço, reparando nos esquilinhos que rondavam a mesa de madeira tosca, numa família de veados passeando não muito longe e em dois bonitos e estranhos pássaros de crista azul que voavam entre as árvores ainda frondosas, apesar do avançado Outono que se vivia em Yosemite.

O rio Merced parecia estar, até, convidativo. Tanto que umas visitantes inglesas (pelo menos faziam da bandeira uma toalha de praia) se banharam no rio sem hesitações, apesar da pouca água (o verão foi demasiado seco e, da Bridalveil Fall, em vez de tombar um majestoso véu, como o nome indica, caía apenas um fiozinho de água) e da temperatura pouco convidativa. A Pikitim, que tanto gosta de água, não se atreveu a experimentar. Preferiu ficar a contemplar o El Capitán e a tentar descobrir “escaladores” entre as pedras brancas. Escalar as paredes de Yosemite é, aliás, um desafio procurado pelos amantes da escalada de todo o mundo. Há “vias” para todos os gostos, algumas das quais podem demoram 7 ou 8 dias a completar.

Descortinar homens do tamanho de formigas nas paredes graníticas de Yosemite tornou-se uma diversão quotidiana, assim como subir às pedras e pedrinhas passou a ser o passatempo predilecto da Pikitim – e não haveriam de faltar oportunidades para tal. Não só no vale de Yosemite, onde o fez sempre que podia e mais vezes do que o que devia, para desassossego dos pais, mas também na estrada de Tioga, onde fica a mais alta passagem de montanha e uma das saídas mais procuradas para o lado leste do parque.

E assim, no miradouro de Olmstead as pedras transformaram-se num escorrega gigante e a pulsão de andar a subi-las e descê-las tornou-se irreprimível. O piquenique nas margens do lago Tenaya também entrou, de rompante, para o top dos mais belos locais onde trincar um almoço frugal em comunhão com a beleza da Natureza. “Esta pedra quadradinha aqui ao sol parece mesmo um banco para nós nos sentarmos. Vejam lá se não é um banco perfeito?”, disparou a Pikitim.

E assim começou uma difícil competição para eleger o mais bonito lugar em que já fizéramos um piquenique. Já havia dificuldade em escolher entre as margens do rio Merced e as do lago Tenaya, mas a Pikitim juntou uma outra experiência à eleição, também no parque Yosemite. “E não se lembram que também já fizemos um piquenique pertinho de uma árvore que tinha um túnel escavado por baixo?”, perguntou, referindo-se a uma escavada em 1895 para passarem carroças e que ainda se mantém de pé. Foi perto da entrada sul do parque, no Mariposa Grove, onde passamos o dia entre sequóias gigantes a procurar, entre as mais de 500 árvores que povoam a floresta, espécimes baptizadas como “gigante grisalho”, “o monarca caído”, o “bacharel e as três graças” ou o “casal fiel”. E que divertida andou a Pikitim a perceber a história das sequóias! “Aquela floresta de árvores gigantes também é um sítio bem bonito!”, reparou.

Pikitim no Zion
Sério candidato ao prémio de melhor sítio para um piquenique, no parque Zion

Mas a competição para o local para piqueniques mais belo da nossa viagem pelos Estados Unidos da América ainda haveria de integrar um concorrente de elevadíssimo peso. Foi já num outro parque nacional absolutamente incrível, o Zion, no estado do Utah. Tal como o Yosemite, recebe anualmente mais de três milhões de visitantes por ano. Fizemos alguns dos muitos trilhos que o parque oferece compatíveis com a destreza física de uma criança de cinco anos – o que não é necessariamente equivalente ao seu espírito de descoberta. Foi no ponto final do Canyon Overlook Trail, um trilho de menos de dois quilómetros por um percurso rochoso e algo irregular, mas onde os declives abruptos estão quase sempre gradeados, que percebemos ter alcançado outro local de beleza indizível.

Chegar ao Pine Creek, sentarmo-nos numa rocha altaneira, que nos dá uma visão privilegiada sobre o desfiladeiro, vestido com todas as tonalidades de laranja e vermelho, fez-nos sentir pequenos. “A Natureza é de facto muito inteligente, porque faz coisas muito bonitas. E muito diferentes. Já alguma vez tinham imaginado que havia pedras quadradas, montes vermelhos e árvores sem fim?”, perguntou a Pikitim. “É por isso que não consigo escolher qual é o sítio mais bonito para fazer um piquenique”.

Arquivado em:Volta ao Mundo Marcados com:EUA, Parques Naturais

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Sobre Luísa Pinto

Deixei o emprego com que sonhara (fui jornalista do Público na redacção do Porto durante 14 anos) para realizar um outro sonho que falou mais alto que qualquer carreira profissional: o sonho de viajar pelo mundo em família. Foi durante o ano de 2012. Em 2014, criei o projeto Hotelandia para celebrar os bons exemplos da hotelaria portuguesa.

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